Portal do Português

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Questões Cesgranrio comentadas

Saudações, leitores!

            Eu não ando tão presente no blog quanto gostaria porque o tempo está corridíssimo. Apesar disso, estou aqui para comentar as últimas questões da Cesgranrio antes da prova do Banco do Brasil, que acontecerá no próximo domingo.

            Escolhi hoje questões da última prova da Petrobrás, de 2012 (cargo de nível superior, com formação em Administração).

            Aqui estão:

Questão 01: O trecho “Pensa-se logo num palhaço” (l. 38-39) pode ser reescrito, respeitando a transitividade do verbo e mantendo o sentido, assim:

(A) O palhaço pode ser logo pensado.

(B) Pensam logo num palhaço.


(C) Pode-se pensar num palhaço.


(D) Pensam-se logo num palhaço.

(E) O palhaço é logo pensado.

RESPOSTA:

            O próprio enunciado da questão já dá a dica: para resolvê-la, o candidato tem que verificar a transitividade verbal. Quem se lembrou de que somente VTD e VTDI aceitam voz passiva elevou muito as chances de marcar a alternativa correta.

            O verbo “pensar” foi, aqui, usado como VTI. Sendo assim, aquele “se” que o acompanha não pode ser considerado partícula apassivadora. Conclui-se, então, que a frase não está na voz passiva sintética e que não pode ser convertida para a voz passiva analítica.

            A voz do verbo, no trecho do enunciado, é ativa. O “se” que o acompanha tem a função de mostrar que não se sabe ou não há interesse em dizer quem é o sujeito. Logo, o “se” é um índice de indeterminação do sujeito.

            Sabendo que verbos que não sejam VTD ou VTDI não aceitam a voz passiva, podemos eliminar as alternativas A e E.

            Outro detalhe: quando um verbo é acompanhado de “se” com a função de IIS, ele deve ficar na 3a pessoa do singular. Logo, podemos eliminar a alternativa D.

            Ficamos entre B e C.  A alternativa C apresenta uma frase correta, com “se” exercendo a função de IIS. Todavia, o sentido dela é diferente do sentido apresentado pelo trecho do enunciado. Neste, não há ideia de possibilidade. Naquele, sim.

            A resposta, então, é a letra B. Além do uso do “se” – IIS, há outra forma de indeterminar o sujeito: utilizando-se o verbo na 3a pessoa do plural sem que haja referência anterior ao sujeito dele. Logo, o sentido de “pensa-se logo num palhaço” é o mesmo de “pensam logo num palhaço”.

RESPOSTA: letra B.

 

Questão 02: A expressão em que a retirada do sinal indicativo de crase altera o sentido da sentença é

(A) Chegou à noite.


(B) Devolveu o livro à Maria.


(C) Dei o presente à sua irmã.


(D) O menino foi até à porta do circo.

(E) O circo voltou à minha cidade.

RESPOSTA:

Nem sempre a  retirada do acento grave indicativo de crase acarretará erro. Quando a crase for facultativa, sua retirada em nada alterará a sentença; se ela for obrigatória, sua omissão implicará erro; caso ela seja proibida, não deve aparecer de jeito nenhum.

Em algumas situações, porém, a opção pelo uso do sinal indicativo de crase depende do sentido que se deseja dar à frase.

Na questão analisada, temos as seguintes situações:

Letra B – crase facultativa: o uso da crase antes de nome próprio feminino obedece às seguintes regras:

1. Nome próprio completo: crase proibida, pois o uso da crase indica que há, além da preposição, o artigo “a”. A colocação de artigo antes de um nome próprio denota um contexto de intimidade, enquanto o uso do nome próprio completo indica que há formalidade. Logo, a convivência entre artigo e nome completo é algo incoerente.

2. Nome próprio – uso do primeiro nome + determinante que indique proximidade: crase obrigatória. Se houver alguma expressão que denote intimidade, o artigo deverá ser usado antes do nome. Se o nome for feminino e precedido, também, da preposição A,  ocorrerá crase. Se tivéssemos, então, a sentença “dei um presente à Ana, minha amiga”, a crase seria obrigatória.

3. Nome próprio – uso somente do primeiro nome, sem determinante que indique intimidade: crase facultativa. Como não há contexto que indique intimidade e nem que indique formalidade, a colocação da crase passa a ser uma opção de quem escreve.

Letras C e E – crase facultativa.

            O uso de artigo antes de pronomes possessivos é facultativo. Logo, posso dizer tanto “este é o meu livro” quanto “este é meu livro”.  Quando temos um pronome possessivo feminino singular precedido da preposição “a”, deparamos com a seguinte situação: não é possível afirmar com certeza se, além da preposição, há também um artigo ali. Vejamos:

Dirigiu-se a minha bicicleta.

            Havendo ou não artigo nessa frase, o “a” ficará no singular, pois artigos concordam com o termo a que se referem.  Se a crase acontecer, é sinal de que o artigo está lá; se não for, só há preposição. Usar ou não o acento grave, nesse caso, é opção de quem escreve.

            Se, todavia, estivéssemos diante do seguinte enunciados, a situação seria outra:

Referiu-se às minhas palavras.

            Aqui, temos um pronome possessivo feminino plural precedido por “as”, também no plural. Como a preposição é uma palavra invariável, sabemos que o termo que foi para o plural, acima, é um artigo. Logo, ÀS é a soma de A (prep.) + A (art.). Assim, havendo exigência de preposição, se tivermos AS + pronome possessivo feminino no plural, a crase será obrigatória.

            Pelo contrário, se a frase fosse escrita como abaixo, o que ocorreria?

Referiu-se a minhas palavras.

            A ausência de concordância entre o “a” e o “minhas”, acima, indica que não há artigo para se fundir com a preposição, de modo que a crase não pode acontecer. Conclusão: quando há exigência de preposição, se houver um A (singular) que anteceda pronome possessivo feminino no plural, a crase será proibida.

OBSERVAÇÃO: se houver palavra subentendida, a crase antes de pronome possessivo feminino singular será obrigatório. Exemplo:

Referiu-se às minhas palavras, não às suas. (O vocábulo “palavras” está subentendido aí, depois de suas. Logo, a crase é obrigatória).

Letra D – crase facultativa.

            A regra geral enuncia que não pode haver crase depois de preposição. Temos, todavia, uma exceção: após a preposição “até” a ocorrência de crase é facultativa, pois, nesse caso, o uso da preposição “a” é facultativo! Observem:

Fui até o parque.

Fui até ao parque.      

            Ambas as frases acima estão corretas. Na primeira, optou-se por não usar a preposição “a”. Na segunda, ela foi usada. Quando a palavra é feminina, a opção pelo uso da preposição “a” acarreta sua fusão com o artigo “a”, o que implica a existência do sinal indicativo de crase.

O menino foi até a porta do circo – somente artigo

O menino foi até a+a porta do circo – preposição + artigo = O menino foi até à porta do circo.

Letra A – pode-se usar ou não a crase, mas a opção por usar ou não acarreta variação brusca de sentido.

Chegou à noiteo termo em negrito é uma expressão adverbial feminina, por isso apresenta acento grave. O sujeito é desinencial, marcado pela terminação do verbo (3a pessoa do singular – ele/ela).

Chegou a noiteo termo em negrito é o sujeito da frase (quem chegou? A noite). Como é sujeito, não pode apresentar acento grave, pois o núcleo do sujeito não pode ser preposicionado. Essa frase equivale a dizer “anoiteceu”.

Sendo assim, a alternativa em que a retirada do sinal indicativo de crase acarreta mudança de sentido é a letra A.

RESPOSTA: letra A.

            Espero que essas últimas dicas voltadas para a prova do Banco do Brasil tenham sido úteis!

            Boa sorte a todos que vão se submeter ao concurso!

            Abraços!

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Polícia Legislativa – Senado Federal – FGV (2012)

Olá, pessoas!

Eu acabei não conseguindo postar nada ontem porque ando muito apertado com trabalho e estudos. Não tive tempo!

Mas agora estou aqui com algumas questões fresquinhas da prova do Senado, que foi aplicada no último domingo pela FGV. Seguem algumas questões da prova de Polícia Legislativa comentadas:

Questão 01:

“Essa dança tem duas partes: a primeira consiste em caminhar rebolando em linha reta; a segunda, numa curva sem rebolado, que faz com que a abelha volte para onde iniciou seu rebolado” (l. 24-28).

 

A primeira ocorrência de vírgula no trecho acima se justifica por ser caso de

 

a) isolamento de termo deslocado no período.

b) separação de aposto.

c) assíndeto.

d) zeugma

e) separação de oração subordinada adjetiva restritiva.

 

Resposta:

A vírgula, como sabemos, pode ser utilizada para marcar a elipse (ou omissão) de um termo. No trecho citado, a razão da primeira vírgula é justamente esta: marcar que o termo “consiste” foi omitido. Vejamos:

Essa dança tem duas partes: a primeira consiste em caminhar rebolando em linha reta; a segunda consiste numa curva sem rebolado…

 

Para evitarmos a repetição do verbo “consiste”, o retiramos e colocamos uma vírgula no lugar, do jeito que foi feito no texto!

A dificuldade da questão, na verdade, é saber que zeugma e elipse são a mesma coisa! Quem sabia faturou a questão!

RESPOSTA: letra D.

Questão 02:

 

“É verdade que muitas vezes ouvimos discursos nos quais o candidato derrotado decreta que ‘decidido o pleito, vamos trabalhar juntos pela proposta vencedora’, mas na maioria das vezes isso não passa de retórica”. (L.91-96).

 

Tomando o trecho acima como discurso direto, assinale a alternativa em que se tenha feito corretamente a passagem para o indireto.

 

a) O texto afirma que seria verdade que muitas vezes ouviríamos discursos nos quais o candidato derrotado decretaria que, decidido o pleito, iremos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passará de retórica.

b) O texto afirma que é verdade que muitas vezes ouvimos discursos nos quais o candidato derrotado decreta que, decidido o pleito, iríamos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passaria de retórica.

c) O texto afirma que era verdade que muitas vezes ouvíamos discursos nos quais o candidato derrotado decretava que, decidido o pleito, íamos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passava de retórica.

d) O texto afirma que é verdade que muitas vezes ouvimos discursos nos quais o candidato derrotado decretava que, decidido o pleito, íamos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passava de retórica.

e) O texto afirma que era verdade que muitas vezes ouvíamos discursos nos quais o candidato derrotado decreta que, decidido o pleito, iríamos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passaria de retórica.

 

Resposta:

            Para passarmos um trecho do discurso direto para o indireto, temos que pensar no seguinte: aquilo que vai ser reconstruído (no discurso indireto) corresponderá a um tempo posterior se comparado àquele em que foi proferida uma fala do discurso direto (afinal, se vamos repetir o que alguém já disse, teremos que fazer isso depois da fala). Vejamos um exemplo:

Discurso direto: “Estou com vontade de tomar sorvete”, disse Maria.

 

Discurso indireto: Maria disse que estava com vontade de tomar sorvete.

 

Na passagem do discurso direto para o indireto, o verbo que está no presente do indicativo vai para o pretérito imperfeito do indicativo.

Discurso direto: “Tomarei sorvete hoje”, disse Maria.

 

Discurso indireto: Maria disse que tomaria sorvete naquele dia.

 

O verbo no futuro do presente deve ir para o futuro do pretérito, pois este tempo indica justamente um fato futuro tomado como “por acontecer” tendo como referência um momento passado. Observe que advérbios como “hoje” e “agora” também sofrem alterações. Deverão ser trocados por “ontem”, “naquele momento” etc.

No trecho da questão, temos que fazer as seguintes transformações:

É à era; ouvimos à ouvíamos; decreta à decretava; vamos à íamos; passa à passava.

RESPOSTA: letra C.

Ficamos com essas questões por hoje! As observações sobre a passagem do discurso direto para o indireto são apenas as referentes a essa questão. Há mais regras que se aplicam ao caso, mas isso é tema para outros posts!

Para quem quiser ler o texto da prova completo, segue o link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,como-as-abelhas–exercem-a-democracia-,821615,0.htm

Abraços!

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Semana Cesgranrio – parte II

Oi, concurseiros de plantão!

 

Sejam todos bem-vindos de volta depois do feriadão do carnaval!

 

Espero que todo mundo tenha descansado o bastante para conseguir retomar de verdade a preparação para os concursos!

 

Vamos lá, galera! Para (re)começar, encaremos mais algumas questões da prova de Inspetor de Segurança Júnior da Petrobrás, aplicada pela Cesgranrio em 2010:

 

 

Questão 01:

“(…) Mas o grande impacto do laser na medicina só viria na década de 90, com a difusão do aparelho por pulsos. A emissão passou a ser feita, por exemplo, por meio de microtiros, o que permitiu o uso de potências elevadas em procedimentos delicados ou superficiais. (…)”

 

 A palavra “…emissão…” (l. 55) está sendo usada no mesmo sentido que se encontra em

 

(A) A emissão do dinheiro pelo governo foi alta neste semestre.

(B) A emissão de calor do Sol é incomparável ao de outras fontes.

(C) A autoridade não quer ouvir a emissão de nenhuma opinião.

(D) O depósito deve ser feito por emissão de vale bancário.

(E) Nenhum jornal traz a emissão clara de suas posições políticas.

 

RESPOSTA:

Para dirimir dúvidas relacionadas a questões sobre sentidos de palavras, é útil consultar um bom dicionário. Vejamos o que o Houaiss traz sobre as acepções do vocábulo “emissão”:

  1. Ato de emitir ou projetar de si; colocar em circulação.
  2. Ato de pôr em circulação novas notas de dinheiro ou moedas; operação pela qual um banco ou o Estado oferece ao público ações, obrigações ou títulos de renda.
  3. Qualquer processo físico que implique uma liberação de energia sob forma de partículas ou de radiação.
  4. No esquema da comunicação, a ação de emitir a mensagem; ato, processo ou efeito de produzir enunciados.
  5. A produção do som.

 

A acepção contida em (1) é abrangente demais e combina com qualquer das alternativas. Os exemplos dados pelo Houaiss para (1) incluem “emissão de luz:, : emissão de esperma”; “emissão de palavras”. Nesse sentido, qualquer coisa que seja projetada de outra sofreu uma emissão. Sendo assim, a acepção (1) não funciona para a questão, pois é genérica demais e nos deixaria sem resposta.

 

Uma leitura cuidadosa é capaz de nos deixar certo que, no trecho do texto citado pela questão, o vocábulo “emissão” é tomado no sentido de (3). O mesmo acontece com a alternativa B. As outras alternativas, além de se encaixarem genericamente na acepção (1), podem ser classificadas assim:

 

Letra A: acepção (2); letra C: acepção (4); letra D: acepção (2); letra E: acepção (4).

 

RESPOSTA: letra B.

 

 

Questão 02: Em qual das frases a seguir os verbos empregados estão conjugados de acordo com a norma culta da língua?

 

(A) Se você vir cedo, vai me encontrar em casa.

(B) Se você propor assistir a um bom filme, eu vou com você.

(C) Se você ver o vizinho, diga que quero falar com ele.

(D) Você quer que eu trago o aparelho novo?

(E) Você quer que eu ponha o CD para tocar?

 

RESPOSTA:

Nas alternativas A, B e C, ocorro erro relacionado ao uso do futuro do subjuntivo. A presença de uma conjunção subordinativa (no caso, “se) indica que deverá ser usado um verbo nesse tempo e nesse modo.  Quando isso acontece, pensemos no seguinte:

  1. O futuro do subjuntivo é um tempo verbal derivado da terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo.
  2. A derivação de dá da seguinte maneira: i) identificamos a terceira pessoa do plural do pretérito perfeito do indicativo do verbo em questão. Nas alternativas mencionadas, temos os verbos vir, propor e ver, cujas terceiras pessoas, no pretérito perfeito do indicativo, são: vieram, propuseram (o verbo propor é derivado de por e, por isso, conjuga-se como este) e viram.
  3. Das formas conjugadas no item acima, subtrai-se o RAM e obtêm-se as bases: vie, propuse e vir.
  4. Para formar o futuro do subjuntivo, acrescenta-se o R (desinência modo-temporal) e, se for o caso, também a desinência indicativa da pessoa e do número (número-pessoal).
  5. Exemplificando o item 4, conjuguemos o verbo vir no futuro do subjuntivo: se eu vier, se tu vieres, se ele vier, se nós viermos, se vós vierdes, se eles vierem.
  6. As formas corretas seriam: letra A – se você vier cedo; letra B – se você propuser assistir a um bom filme; letra C – se você vir o vizinho.

 

Nas alternativas D e E há o emprego do presente do subjuntivo. Em um dos casos,  há erro. O presente do subjuntivo deriva do presente do indicativo da maneira explanada a seguir:

  1. A primeira pessoa do singular do presente do indicativo origina o presente do subjuntivo (que, assim como os demais tempos do subjuntivo, será acompanhado por conjunção subordinativa – no caso, que). Trabalharemos com os verbos trazer e por.
  2. Das primeiras pessoas do singular do presente do indicativo dos verbos, subtrairemos a letra O do final para obtermos a base: eu trago  – TRAG; eu ponho – PONH.
  3. Com os verbos terminados em AR, formaremos o presente do subjuntivo com a adição de E à base. Com os verbos terminados em ER ou IR, deveremos adicionar A à base.
  4. Exemplificativamente: que eu ponha, que tu ponhas, que ele ponha, que nós ponhamos, que vós ponhais, que eles ponham.
  5. Logo, o correto é dizer: letra D – você quer que eu traga…; letra E – você quer que eu ponha…

 

RESPOSTA: letra E.

 

 

Questão 03: Em qual das frases a seguir falta o sinal indicativo de crase?

 

(A) Os estudantes seguiram a pé.

(B) Ela doou muitos livros a biblioteca pública.

(C) Esta área será recuperada a partir do ano que vem.

(D) Ele começou a reclamar sem parar.

(E) Ofereci a ela um cargo na empresa.

 

RESPOSTA:

Letra A: não pode haver, aqui, o sinal indicativo de crase porque o a está antes de , formando uma expressão adverbial masculina. Em relação às expressões adverbiais, é importante lembrar que somente as femininas levam crase (como à frente, à direita etc.).

Letra B: o verbo doar foi empregado como bitransitivo, ou seja, VTDI. O OD é muitos livros, e à biblioteca é OI. Deverá haver crase por causa da fusão entre o a preposição e o a artigo (doou muitos livros a+a biblioteca). Esta é a resposta da questão.

Letra C: não se deve usar crase antes de verbo. Logo, a partir não apresenta crase.

Letra D: justificativa idêntica à imediatamente anterior.

Letra E: não se usa crase antes de pronomes pessoais, como ela, eu, mim etc.

 

Resposta: letra B.

 

 

Questão 04: “(…) Ainda que o laser seja um septilhão de vezes mais forte, ele provocava menos efeitos colaterais, como queimaduras. Isso porque, ao contrário da energia solar, é mais controlável e direcionável. (…)”

 

A frase “Ainda que o laser seja um septilhão de vezes mais forte, ” (l. 47-48) em relação à sentença seguinte “ele provocava menos efeitos colaterais, como queimaduras.” (l. 48-49), indica

 

(A) causa.

(B) consequência.

(C) condição.

(D) oposição.

(E) restrição.

 

RESPOSTA: ainda que é um conector concessivo (tem o mesmo valor de embora, conquanto, posto que etc). Quando há, entre duas orações, uma relação de concessão, podemos dizer que o que uma das orações expressa não acarretará impedimento para que o expresso na outra se realize. Vejamos um exemplo:

 

Conquanto fosse inteligente, sempre ia mal nas provas da faculdade.

 

Com a leitura, percebemos que o fato informado na oração introduzida pelo conector concessivo (conquanto) não é impedimento para que o exposto na outra oração se concretize. A ideia é de “mesmo assim”: Era inteligente. Ia mal nas provas mesmo assim.

Existe, então, uma noção de oposição entre os dois fatos afirmados: ser inteligente e ir mal nas provas.

O mesmo acontece com as orações citadas na questão. O laser era um septilhão de vezes mais forte (do que outra energia aplicada). Essa ideia opõe-se ao fato de ele causar menos efeitos colaterais (O laser era um septilhão de vezes mais forte. Mesmo assim, causava menos efeitos colaterais).

 

RESPOSTA: letra D.

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Semana Cesgranrio com prova da Petrobrás – 2010!

Queridos leitores,

Esta semana é de carnaval, mas também é de estudos!

Para quem resistiu à folia e continua firme e forte nos estudos, seguem algumas questões da Cesgranrio, tiradas da prova para Inspetor de Segurança Júnior da Petrobrás, aplicada em 2010.

Quem estiver descansando durante o carnaval está perdoado, mas quinta-feira tem mais post… Como o feriado já vai ter acabado, quero todo mundo aqui! =]

Bons estudos para vocês!

Abraços!

 

Questão 01: De acordo com a norma culta da língua, a palavra destacada está INCORRETAMENTE usada em

 

(A) Só se preocupa com si, não liga para os outros.

(B) Se o prêmio é para mim, eu fico feliz.

(C) Fiz este bolo de chocolate para ti.

(D) As tarefas para eu fazer não esperam para depois.

(E) A motivação que nos move é a realização pessoal.

RESPOSTA:

Quando usamos a preposição com mais o pronome oblíquo si, obtemos a forma consigo. As formas si e consigo somente podem ser usadas para que se faça referência ao próprio sujeito da oração (têm valor reflexivo). A escolha do pronome si na frase da alternativa A foi acertada. O erro ocorreu porque ele não foi associado à preposição com como deveria ter sido. O correto seria: Só se preocupa consigo, não liga para os outros. Se a preposição fosse outra e o valor de reflexividade existisse, o uso de si poderia estar correto, como em Só fala de si, não fala dos outros. Esta é a resposta da questão.

Letras B e C: os pronomes pessoais do caso reto eu e tu (que funcionam como sujeito ou predicativo do sujeito) têm como pronomes do caso oblíquos correspondentes o mim e o ti, respectivamente. Quando um termo referente à 1a ou à 2a pessoa do singular não exercer função de sujeito ou de predicativo, ele deverá ser representado por mim ou por ti (a depender da pessoa). Sendo assim, as alternativas B e C estão corretas, pois os termos grifados não são nem sujeito, nem predicativo do sujeito.

Letra D: eu, aqui, exerce a função de sujeito do infinitivo fazer. Sendo assim, a frase está correta, pois mim, por ser um pronome oblíquo, não poderia exercer tal função. Estaria errado dizer: as tarefas para mim fazer. Logo, conclui-se que mim não pode exercer a função de sujeito de um verbo.

Letra E: nos complementa, na frase em análise, o verbo mover. A função de OD pode, perfeitamente, ser exercida por nos (em se tratando de complementação verbal, me, te, se, nos e vos podem ser OI ou OD; lhe somente pode ser OI; o, a, lo, la, no, na e seus plurais, somente OD). A frase está correta.

RESPOSTA: letra A.

Questão 02: Dentre as frases a seguir, aquela em que NÃO é adequado o emprego da palavra “de” na lacuna, de acordo com a norma culta da língua, é

 

(A) Todo cidadão responsável deve ___ cumprir a lei.

(B) Lembrou-se ___ confirmar a reunião.

(C) Ele não gostou ___ repreender o funcionário.

(D) A secretária informou o chefe __ todas as providências.

(E) Precisa-se __ funcionários ativos e experientes.

RESPOSTA:

A locução verbal “deve cumprir” não aceita a utilização da preposição de entre um verbo e outro. Nos outros casos:

Letra B: o verbo lembrar poder ser VTD ou VTI. Se for VTD, não será pronominal. Será, portanto, utilizado sem o pronome e sem a preposição de (ex.: lembrou o fato); Se for VTI, será pronominal, devendo ser usado com o pronome e com a preposição de simultaneamente (ex.: lembrou-se do fato).

Letra C: o verbo gostar é VTI e rege a preposição de.

Letra D: o verbo informar é VTDI, ou seja, apresenta um OD e um OI. Na frase da questão, o OD é o chefe. Assim, o outro complemento verbal terá que ser um Oi, introduzido por uma preposição (nesse caso, de). O OI é de todas as providências.

Letra E: O verbo precisar é um VTI que rege a preposição de. No caso em análise, aparece acompanhado do se com função de índice de indeterminação do sujeito e, por isso, está na 3a pessoa do singular.

Resposta: letra A.

Questão 03: Em qual das frases a seguir a concordância verbal está estabelecida corretamente, de acordo com a norma culta da língua?

 

(A) Mais de um vendedor quiseram me vender MP3.

(B) Existe muitas pessoas que gostam de ouvir jogos no radinho de pilha.

(C) Gláucia foi uma das que insistiram em comprar um radinho.

(D) Fui eu que procurou o radinho nas lojas do centro.

(E) O pessoal lá de casa me aplaudiram quando cheguei com o radinho.

 

RESPOSTA:

Letra A: em expressões que indicam quantidade aproximada, caso de mais de um(a), o verbo deve concordar com o numeral. Sendo assim, o correto seria Mais de um vendedor quis me vender MP3. Alternativa Incorreta.

Letra B: o verbo existir é pessoal e apresenta sujeito, com o qual deve concordar (não o confunda com o verbo haver no sentido de existir, que é impessoal, não apresenta sujeito e deve ficar sempre na 3a pessoa do singular). Seria certo dizer: Existem muitas pessoas que gostam… Alternativa incorreta.

Letra C: quando usamos o termo um dos que/uma das que, podemos optar pela concordância lógica (com o núcleo do sujeito) ou atrativa (com o termo mais próximo). Logo, estão corretas tanto Gláucia foi uma das que insistiram quanto Gláucia foi uma das que insistiu. Alternativa correta.

Letra D: quando o pronome que exerce a função sintática de sujeito, o verbo deve concordar com o termo antecedente (referente do que). O certo é escrever: Fui eu que procurei o radinho… Alternativa incorreta.

Observação: quando o pronome relativo que exerce a função de sujeito é o quem, o verbo poderá tanto concordar com o termo antecedente quanto com o próprio quem, ficando na 3a pessoa do singular. Assim, pode-se dizer tanto fui eu quem procurei quanto fui eu quem procurou.

Letra E: o sujeito tem como núcleo a palavra pessoal e, por isso, o verbo a ele ligado deve ficar na 3a pessoa do singular: o pessoal lá de casa de aplaudiu… Alternativa incorreta.

RESPOSTA: letra C.

 

Questão 04: Dentre os pares de palavras a seguir, NÃO há relação de significados em

 

(A) transmitir – transmissão.

(B) exato – exatidão.

(C) medicar – medicamento.

(D) aviar – avião.

(E) nascer – nascimento.

RESPOSTA:

A única alternativa em que não há qualquer relação entre o primeiro e o segundo termos é a letra D. Em todas as outras, a relação de significados existe.

“Aviar” tem diversas acepções, e a mais conhecida delas é que atribui a este verbo o significado de preparar medicamento de acordo com receita  médica, ou seja, nada tem a ver com aviões. Aliás, nenhuma das acepções menos usadas de “aviar” pertence ao campo semântico da palavra “avião”.

Resposta: letra D

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Semana Fumarc – prova da Prefeitura de Ouro Preto (Administrador) – Parte II

Alô, leitores!

Conforme prometido, aqui estão as cinco questões da segunda parte da prova da Prefeitura de Ouro Preto, aplicada pela Fumarc em 2011.

E não se esqueçam de que na próxima semana teremos comentários às questões da Cesgranrio!

Divirtam-se!

Questão 06: A linguagem utilizada no contexto, sobre a origem e significado do nome de Ouro Preto, no 1o §, pode ser considerada

a)  conotada, uma vez que se articula em um contexto literário.

b)  denotada, pois se assemelha a de um dicionário.

c)  informal, porque há indícios de incorreções gramaticais.

d)  prolixa, já que se articula em um contexto científico.

RESPOSTA: definindo os termos trazidos pela questão, temos:

Linguagem denotada (ou denotativa): relacionada ao uso das palavras com seu sentido real, literal.

Linguagem conotada (ou conotativa): relacionada ao uso das palavras com um sentido que extrapola o literal; a palavra tem o seu sentido original alterado ou ampliado.

Linguagem informal: utilizada em situações comunicativas informais, como a linguagem falada, que não deve obediência estrita ao padrão culto da língua.

Linguagem prolixa: existe quando utilizada de maneira exagerada (em quantidade, não se relacionando à figura de linguagem hipérbole), falando-se muito para transmitir pouca manifestação. É prolixo quem não consegue sintetizar o que vai dizer ou escrever.

RESPOSTA: letra B (as palavras do 1o § são utilizadas em seu sentido literal, sem coloquialismos e sem exageros de quantidade).

 

Questão 07: Assinale a alternativa em que a circunstância a que reme- te o termo sublinhado está INCORRETAMENTE indicada entre colchetes.

a)  À medida que se expandia a atividade mineradora, o barroco explodia na riqueza de suas formas, na pompa e no fausto de suas solenidades religiosas e festas públicas, vindo marcar, de maneira definitiva, a sociedade que se constituiu na região. [TEMPO].

b)  Foi D. João V quem mandou retirar o “Albuquerque” do nome e adotou a “Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar”, para homenagear a padroeira da cidade. [FINAL].

c)  Vila Rica cresce e exaure-se o ouro, mas cria uma civilização ímpar, com esplendor nas artes, nas letras e na política. [ADVERSIDADE].

d)  A Inconfidência Mineira é o apogeu do pensamento político e faz mártires entre padres, militares, poetas e servidores públicos, liderados por Tiradentes. [ADITIVA].

RESPOSTA: a presente questão exige do candidato o conhecimento dos conectores. As conjunções destacadas nas letras B, C e D têm seus valores corretamente indicados nos colchetes. O conector á medida que, todavia, por mais que possa parecer indicar o tempo em que algo ocorre, traz, na verdade, a noção de proporcionalidade. Os conectores de proporcionalidade não pontuam o tempo em que determinado fato aconteceu, mas dão a entender que uma coisa se desenvolvia simultaneamente ao desenvolvimento de outra.

São exemplos de conjunções proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que, quanto mais… (mais), quanto menos… (menos), entre outras.

Um exemplo de utilização de uma conjunção proporcional: Envelhecemos à proporção que o tempo passa.

RESPOSTA: letra A.

Questão 08: Releia o fragmento:

“Foi D. João V quem mandou retirar o “Albuquerque” do nome e adotou o “Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar”, para homenagear a padroeira da cidade.”

Infere-se que os articuladores destacados se referem à classe gramatical do (a)

a) pronome.

b) preposição.

c) conjunção.

d) artigo.

RESPOSTA: as palavras que colocamos diante de substantivos para lhes dar sentido determinado ou indeterminado pertencem à classe dos artigos. Os artigos, então, servem para trazer uma noção de definição (o/a e plurais – artigos definidos) ou de indefinição (um/uma e plurais – artigos indefinidos)  aos substantivos que antecedem.

No trecho em análise, todos os articuladores destacados funcionam como determinante de substantivos. São, dessa forma, artigos.

RESPOSTA: Letra D.

Questão 09: Classifica-se o texto como, predominantemente

a)  instrucional, pois prescreve o fato, no qual ocorreu a temática.

b)  descritivo, tendo em vista o caráter imagético das ideias expostas.

c)  narrativo, uma vez que enfoca fatos com marcas de temporalidade.

d)  opinativo, porque apresenta fatos e o articulador se apresenta em 1a pessoa.

RESPOSTA: antes de buscarmos a alternativa correta, é preciso que vejamos, resumidamente, como seriam cada um dos textos mencionados pela questão.

Letra a: um texto instrucional (ou injuntivo) traz, como o próprio nome diz, instruções, de modo que possibilite, ao leitor, que realize uma tarefa. São exemplos de textos instrucionais bulas de remédios e manuais de instrução.

Letra b: um texto descritivo tem a intenção de criar uma imagem na cabeça de quem o lê. O tempo, neste caso, não é importante. Aspectos do ser ou do objeto descrito são muito relevantes. Por isso, haverá sempre muitos adjetivos, que podem se referir tanto a aspectos objetivos (cor, tamanho, temperatura) quanto aos subjetivos (algo ser bonito ou não, ser agradável ou não) do que se descreve.

Letra c: no texto narrativo, o tempo adquire papel de destaque, podendo ser cronológico ou psicológico. Em uma explicação superficial, o tempo pode é cronológico quando segue uma ordem linear, sempre em frente; será psicológico quando romper com essa ordem, com, por exemplo, inserções de lembranças de uma personagem no enredo. Na narração há a transmissão de uma história, o que torna os textos narrativos dinâmicos.

Letra d: o texto opinativo é o que serve de veículo para a opinião de seu autor, que pode tentar, ou não, convencer o leitor de algo. O fato de um estar escrito em 1a pessoa do singular deixa claro que ele é opinativo, mas essa não é a única forma de fazê-lo. Há outras marcas de subjetividade que podem tornar um texto opinativo, como o uso excessivo de adjetivos ou de advérbios que tenham “carga adjetiva.

RESPOSTA: Letra C. Um texto pode mesclar várias características e, no geral, o faz. Há, todavia, sempre uma que predomina. No caso em análise, fica claro que o texto é predominantemente narrativo, pois o autor apresenta a história de Ouro Preto, da formação e do nome da cidade. Por mais que haja traços descritivos e opinativos (por causa de adjetivação, como ocorre no parágrafo 4, mas sem o uso de 1a pessoa), o que predomina é a natureza narrativa.

Questão 10: Baseando-se no emprego dos sinais de pontuação, anali- se as informações a seguir:

  1. I.     As aspas no primeiro parágrafo foram utilizadas com o objetivo de acentuar o valor significativo das palavras.
  2. II.   O uso dos travessões no sétimo parágrafo denota explicação e tem a função análoga dos parênteses.

III. As vírgulas no quinto parágrafo foram, respectivamente, utilizadas para enumerar substantivos comuns e 
separar um aposto.

Marque a alternativa CORRETA.

a)  as informações I, II e III estão corretas.

b)  apenas as informações I e II estão corretas.

c)  apenas as informações I e III estão corretas.

d)  apenas a informação III está correta.

RESPOSTA: analisemos cada uma das afirmativas:

I. Uma das funções das aspas é justamente colocar em evidência determinados termos ou expressões. Foi justamente o que aconteceu no 1o parágrafo do texto da prova. Pode-se dizer, então, que as aspas de tal parágrafo foram usadas para “acentuar o valor significativo das palavras”. Lembremo-nos de que as aspas podem ser utilizadas, também, abrindo e fechando citações que se fazem no texto e para marcar gírias, estrangeirismos ou outros termos que devem ser destacados. AFIRMATIVA CORRETA.

II. Tanto travessões quanto parênteses têm, entre outras, a função de isolar termos de caráter explicativo que estejam intercalados no período. Quando usados nessa função, travessões e parênteses podem ser substituídos um pelo outro. Ao entrar no apartamento do chefe, encarou por alguns minutos aquela obra de arte – um belo vaso de porcelana chinesa – que devia valer milhares de dólares; Ao entrar no apartamento do chefe, encarou por alguns minutos aquela obra de arte (um belo vaso de porcelana chinesa) que devia valer milhares de dólares. O duplo travessão é usado, no 7o parágrafo, para isolar o termo “barroco mineiro”, que explica o que se quer dizer com “apogeu da arte colonial em Minas Gerais”.  AFIRMATIVA CORRETA.

III. No quinto parágrafos do texto, há vírgulas separando padres, militares, poetas e servidores, todos substantivos comuns (que não se referem a um ser em particular, mas a toda uma espécie) e que estão em uma enumeração; a última vírgula, todavia, que vem logo após servidores públicos, já não serve para separar um termo de uma enumeração dos demais: sua função é separar o aposto liderados por Tiradentes (que é usado para desenvolver o termos da enumeração) do restante do período. AFIRMATIVA CORRETA.

RESPOSTA: Letra A

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Semana Fumarc (prova da Prefeitura de Ouro Preto/MG – Administrador – 2011)

Olá, pessoal!

Conforme prometido, a segunda semana do blog começa com novidades! A partir de agora, teremos duas alterações semanais fixas: toda 3a e toda 5a serão postadas questões comentadas aqui no Portal. Nos demais dias da semana poderá — ou não — haver posts sobre outras coisas!

A prova escolhida foi a da Prefeitura de Ouro Preto, aplicada pela Fumarc em 2011 (cargo de Administrador). Hoje postarei o texto da prova e as primeiras cinco questões. Na quinta-feira postarei as outras cinco.

Vamos parar de enrolação! Olha aí a prova:

Origem e significado do nome:

1. O nome Ouro Preto foi adotado em 20 de maio de 1823, quando a antiga Vila Rica foi elevada à cidade. “Ouro Preto” vem do ouro escuro, recoberto com uma camada de óxido de ferro, encontrado na cidade. O primeiro nome da cidade foi Vila Rica. Depois, foi Vila Rica de Albuquerque, por causa do Capitão General Antônio de Albuquerque Coelho Carvalho, então governador das capitanias de Minas e São Paulo. Foi D. João V quem mandou retirar o “Albuquerque” do nome e adotou o “Vila Rica de Nossa Senhora do Pilar”, para homenagear a padroeira da cidade.

2. Ouro Preto nasceu sob o nome de Vila Rica, como resultado da épica aventura da colonização do interior brasileiro, que ocorreu no final do século XVII. Em 1698, saindo de Taubaté, São Paulo, a bandeira chefiada por Antônio Dias descortina o Itacolomi do alto da Serra do Ouro Preto, onde implanta a capela de São João. Ali, tem início o povoamento intenso do Vale do Tripui que, trinta anos depois, já possuía perto de 40 mil pessoas em mineração desordenada e sob a louca corrida pelo ouro de aluvião.

3. Em 1711, dá-se o conflito emboaba, luta pela conquista de terras entre paulistas, portugueses e baianos. O Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida, luta para implantar em Vila Rica a cobrança do quinto, devido à Coroa e assumir o comando do território, fazendo de Felipe dos Santos sua primeira vítima, em 1720.

4. Vila Rica cresce e exaure-se o ouro, mas cria uma civilização ímpar, com esplendor nas artes, nas letras e na política.

5. A Inconfidência Mineira é o apogeu do pensamento político e faz mártires entre padres, militares, poetas e servidores públicos, liderados por Tiradentes.

6. Com a Independência, recebe o nome de Ouro Preto e torna-se a capital de Minas até 1897. É instituída Patrimônio da Memória Nacional a partir de 1933 e tombada pelo IPHAN em 1938. Em 1980 é considerado Patrimônio cultural da Humanidade, pela UNESCO.

7. O surgimento e apogeu da arte colonial em Minas Gerais – barroco mineiro – é um fenômeno inteiramente ligado à exploração do ouro, acontecido no século XVIII, que veio criar uma cultura dotada de características peculiares e uma singular visão do mundo.

8. À medida que se expandia a atividade mineradora, o barroco explodia na riqueza de suas formas, na pompa e no fausto de suas solenidades religiosas e festas públicas, vindo marcar, de maneira definitiva, a sociedade que se constituiu na região.

9. Ouro Preto – hoje Patrimônio Histórico Mundial – representa inquestionavelmente a síntese da arte colonial mineira, não apenas pela expressão de sua história, mas pelas excepcionalidade do acervo cultural que preservou.

Fonte: Secretaria de Cultura de Ouro Preto (texto adaptado)

 

Questão 01: O propósito comunicativo do texto: “História de Ouro Preto” é sobretudo o de

a)  apresentar a cidade, contemplando nela aspectos geográficos positivos e negativos.

b)  divulgar atributos relacionados às histórias imaginárias de Ouro Preto.

c)  esclarecer sobre o significado e viagens de exploração do ouro nas minas gerais.

d)  informar de uma maneira objetiva os fatos históricos gradativos da cidade.

RESPOSTA: trata-se de uma questão de interpretação de texto pura. Basta ler e compreender o que se leu para acertá-la. Note que o enunciado utiliza o termo “sobretudo”, ou seja, ele não quer saber qual o único propósito comunicativo do texto, mas o que se sobressai. Logo, deve-se analisar o conjunto do texto. Vejamos as alternativas:

Letra A: não se relaciona com o texto, o qual apenas menciona alguns pontos geográficos que sequer correspondem a Outro Preto. ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra B: o texto não aborda histórias imaginárias, mas apenas fatos históricos, relacionados à fundação e ao desenvolvimento da cidade de Ouro Preto. ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra C: há, de fato, referências à exploração de outro, mas de forma alguma pode-se dizer que o principal propósito do texto é “esclarecer sobre o significado e viagens de exploração do outro nas minas gerais”, pois ele só menciona a atividade mineradora superficialmente.

Letra D: é a única alternativa que está de acordo com o texto. Apesar de alguns adjetivos e de advérbios com carga semântica, por exemplo nos parágrafos 4o ( … civilização ímpar…) e 9o (inquestionavelmente), que dão marca de subjetividade aos trechos em que aparecem, o texto trata, em sua maior parte, de dados e fatos históricos de maneira impessoal. ALTERNATIVA CORRETA.

RESPOSTA: letra D.

Questão 02: Analise os seguintes trechos retirados do texto:

I. Ouro Preto nasceu sob o nome de Vila Rica, como resultado da épica aventura da colonização do interior brasileiro, que ocorreu no final do século XVII.

II. Em 1711, dá-se o conflito emboaba, luta pela conquista de terras entre paulistas, portugueses e baianos.

III. Vila Rica cresce e exaure-se o ouro, mas cria uma civilização ímpar, com esplendor nas artes, nas letras e na política.

IV. Ouro Preto hoje Patrimônio Histórico Mundial representa inquestionavelmente a síntese da arte colonial mineira, não apenas pela expressão de sua história, mas pelas excepcionalidades do acervo cultural que preservou.

As frases em que o vocábulo ou expressão grifada pode ser retirada, sem que haja alteração de sentido no texto, são.

a)  apenas as frases I e II.

b)  apenas as frases II e III.

c)  apenas as frases III e IV.

d)  apenas as frases I e IV.

RESPOSTA: a retirada do termos grifados nos trechos I e II causariam, indubitavelmente, prejuízo ao sentido do que se diz. Não haveria simplesmente mudança de sentido, mas incoerência. Em relação às demais, seguem observações abaixo:

III: a retirada da contração “nas” de antes de “letras”, no item III, não é recomendável, pois causa um problema estrutural que prejudica o paralelismo sintático. Explica-se: o termo “esplendor” rege a preposição “em”; os temos da enumeração, que o complementam, admitem o artigo “a” ou “as”. Por razões de paralelismo sintático, se o artigo aparecer determinando um dos termos da enumeração, deve aparecer diante dos demais. Assim, está correta a forma apresentada pelo texto, repetida no item III, acima, bem como a seguinte: … com esplendor em artes, letras e política. Todavia, apesar do problema estrutura, que causa uma incorreção gramatical, o sentido do que estava escrito não se modificou. Como a pergunta foca exclusivamente no sentido, temos que considerar que a retirada do referido “nas” pode acontecer.

IV: os termos explicativos, que aparecem entre vírgulas, parênteses ou travessão, podem, em geral, ser retirados sem prejuízo para a informação passada pelo texto, sem alterar o seu sentido. É o que ocorre com as orações adjetivas explicativas, por exemplo: podem ser suprimidas sem problemas, constituem um termo acessório. Sendo assim a retirada da expressão isolada por duplo travessão não prejudica o sentido do trecho.

RESPOSTA: Letra C.

Questão 03: Para o desenvolvimento do texto, o articulador faz uso de vários recursos, EXCETO de

a)  dados históricos.

b)  inserção de discurso direto.

c)  fatos relevantes para a formação histórica.

d)  relato de acontecimentos.

RESPOSTA:

Letra A – dados históricos: há diversos. Por exemplo: “O nome Ouro Preto foi adotado em 20 de maio de 1823, quando a antiga Vila Rica foi elevada à cidade”.

Letra B – inserção de discurso direto: o discurso direto existe quando há a reprodução, em um texto, da fala de alguém. Pode haver em textos do tipo narrativo, nos quais indica a fala de uma personagem e, no geral, é introduzido por dois pontos e por travessão (A senhora Joaquina reclamou: — Como está quente aqui!); pode aparecer, também, em textos dissertativos, geralmente para introduzir a citação de uma fala de alguém que seja autoridade no assunto sobre o qual versa o texto. O discurso direto não aparece no texto acima (ATENÇÃO: este post não tem a intenção de esgotar o estudo sobre tipologia textual. As observações feitas acima são superficiais e têm intenção meramente explicativa). ESTA ALTERNATIVA É A RESPOSTA DA QUESTÃO.

Letra C – fatos relevantes para a formação histórica: nada mais são do que fatos históricos que se ligam à formação histórica de Ouro Preto. Exemplo: “Com a Independência, recebe o nome de Ouro Preto e torna-se a capital de Minas até 1897”.

Letra D: relato de acontecimentos: “acontecimentos” também são fatos. Logo, percebe-se que as alternativas A, C e D referem-se, com palavras diferentes, ao mesmo tipo de informação. Por serem alternativas iguais, excluem-se, tornando fácil identificar que a resposta é a alternativa B.

RESPOSTA: letra B.

Questão 04: Baseando-se na estruturação do texto, a CORRETA ordenação dos parágrafos se deu por meio de (da)

a)  tempo e espaço, de maneira a contextualizar os fatos narrados.

b)  contraste e paralelo, o que visa explicitar ideias não reveladas.

c)  exemplificação, para dar suporte um ponto de vista apresentado, anteriormente.

d)  apresentação de razões, uma vez que há vozes credenciadas no contexto.

RESPOSTA: a alternativa que responde à questão é a A, pois o que se apresenta nos parágrafos do texto são datas de fatos (tempo) e locais onde tais fatos ocorreram (espaço). Vejamos porque as demais alternativas devem ser desconsideradas:

Letra B: quando há um contraste, faz-se a comparação de itens semelhantes com a intenção de evidenciar suas diferenças (por exemplo, comparar dois filmes sobre um mesmo fato real, ou duas produções televisivas baseadas em um único livro); um paralelo, por sua vez, envolve o cotejo entre dois elementos com o intuito de investigar-lhes semelhanças ou diferenças. Não é utilizada, no texto, nenhuma das duas estratégias.

Letra C: a exemplificação corresponde a um relato, ou mesmo a uma enumeração de palavras, e é um tipo de argumento. É uma estratégia argumentativa muito usada quando o tema, por ser de elevado grau de abstração, exige que o tornemos mais “concreto” para que possa ser entendido (imagine um texto que fale sobre o “bem” e o “mal”: exemplos de ações “boas” e de ações “más” poderiam servir para facilitar a compreensão do significado dos substantivos do tema). O texto não é estruturado em torno de exemplificações.

Letra D: “vozes credenciadas” são a origem dos argumentos de autoridade. Um argumento de autoridade pode ser algo dito por alguém que se especializou em um determinado assunto (um doutor em Direito Penal pode ser citado em um artigo sobre a redução da maioridade penal, por exemplo) ou resultado de alguma pesquisa estatística cujos dados corroborem o ponto de vista do texto etc. Fala-se que uma nova “voz” ingressa no texto com o uso deste tipo de argumento porque o autor deixa de falar sozinho e usa, em seu trabalho, informações originárias de outras pessoas ou instituições. Não se observa tal estratégia administrativa no texto.

RESPOSTA: letra A.

Questão 05: Em todas as alternativas, o termo sublinhado refere-se a uma palavra ou a uma expressão que o antecede no texto, EXCETO:

a)  “Ouro Preto” vem do ouro escuro, recoberto com uma camada de óxido de ferro, encontrado na cidade.

b)  Foi D. João V quem mandou retirar o “Albuquerque” 
do nome e adotou o “Vila Rica de Nossa Senhora do 
Pilar”, para homenagear a padroeira da cidade.

c)  Em 1980 é considerado Patrimônio cultural da Humanidade, pela UNESCO.

d)  Ouro Preto nasceu sob o nome de Vila Rica, como 
resultado da épica aventura da colonização do interior brasileiro, que ocorreu no final do século XVII.

RESPOSTA:

Letra A: recoberto refere-se a ouro.

Letra B: quem refere-se a D. João V.

Letra C: pela refere-se a Unesco. Logo, esta é a resposta da questão.

Letra D: que refere-se a épica aventura da colonização do interior brasileiro.

RESPOSTA: letra C.

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FCC – emprego dos pronomes relativos

Olá, leitores do blog!

Para fechar a semana FCC com chave de ouro, segue abaixo uma questão da prova de Analista Judiciário – Área Administrativa do concurso do TRT11, que foi realizado em 2012! Está fresquinha!

Antes de prosseguir, porém, quero dar um aviso:

A partir da semana que vem, o esquema de atualização do Portal vai mudar: em vez de posts diários com 1 questão em cada, teremos dois posts semanais com duas ou três questões em cada. Isso tornará mais fácil o planejamento de vocês para visitar o site.

A postagem de questões comentadas ocorrerá sempre na terça ou na quinta. Nos outros dias da semana, poderá ou não haver postagens, que terão, se houver, um enfoque diferente (um resumo, uma curiosidade, um vídeo musical…).

Tudo dito, vamos, finalmente, enfrentar a questão:

Questão: Está correto o emprego da expressão sublinhada em:

A) Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma ambiguidade.

B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se contrapuseram por considerá-las discriminatórias.

C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas, com as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso debate público.

D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem vê cada palavra como a expressão de um único sentido.

E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes.

RESPOSTA: essa questão aborda o uso dos pronomes relativos. Trata-se de um tema muito simples, mas que pode causar confusão. Para usar bem um pronome relativo em uma frase, temos sempre que lembrar: o pronome relativo retoma um termo anterior; sempre que o termo consequente (posterior) exigir, teremos que usar preposição antes do pronome relativo. Vejamos como usar isso na hora H:

Letra A: o pronome relativo “cujo” só pode ser usado quando houver, na frase, uma ideia de posse. Basicamente, você vai tem que poder perguntar ao termo consequente “de quem?”. A resposta a essa pergunta será o termo antecedente, aquele que o pronome retoma. Se a resposta fizer sentido no contexto, deve usar o cujo.

Um exemplo: O homem cujas filhas foram suspensas da escola ficou decepcionado. Termo consequente: filhas. Pergunta-se a ele: de quem? A resposta será do homem. Logo, o termo antecedente, que é retomado pelo “cujas”, é “o homem”. Note que, apesar de retomar o antecedente, o pronome “cujo” deve concordar com o consequente em gênero e número!

No presente caso, perguntamos: resida de quem? A pergunta não faz sentido nenhum! Aqui, precisamos seguir o seguinte raciocínio: quem reside, reside em/no/na. Logo, a preposição “em” ou alguma de suas variações terá que aparecer antes do pronome relativo. Como o termo retomado é “palavras”, poderemos usar “que” ou “as quais”. Antecedidos da preposição mencionada, ficam assim: em que ou nas quais. (… discriminarmos o sentido das palavras em que/nas quais resida alguma ambiguidade.). ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra B: o pronome “as quais” retoma “quotas” e pode ser usado. O problema, aqui, reside na escolha da preposição inadequada. Quem se contrapõe, contrapõe-se A algo ou alguém. Logo, tiremos o “pelas” e troquemos pela preposição A: “… caso das quotas, a que/às quais muitos se contrapuseram…”. Atenção: como a preposição exigida é A, se usarmos o pronome relativo AS QUAIS, que já tem o artigo AS no início, deverá haver sinal indicativo de crase, pois A + AS = ÀS. ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra C: caso idêntico ao anterior. O problema também é a escolha da preposição. “Aderir” exige complementação introduzida pela preposição A: muitos aderiram às políticas afirmativas. Usando o pronome relativo:  “… políticas afirmativas, às quais muitos aderiram..”. ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra D: mais uma vez! No sentido em que foi usado, o verbo “contar” rege a preposição “com”. É como diria o Chapolin Colorado: “não contavam com minha astúcia!”. O certo, então, é dizer: “… oferece muitas surpresas, dessas com que não conta quem vê…”. Estaria correto, também, dizer “com as quais não conta”.  ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra E: nem que fosse por eliminação, chegaríamos à resposta! O raciocínio deve ser o seguinte: ações inteiramente divergentes se expressam pela discriminação. Usando o pronome relativo, temos: “… palavra discriminação, pela qual se expressam ações…”. Foi utilizada, antes do pronome relativo, a preposição que o termo consequente a ele exige! ALTERNATIVA CORRETA!

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Predicação verbal + uso dos pronomes oblíquos!

Hoje é dia de enfrentar um tema muito comum nas provas da FCC (e que é cobrado por todas as bancas!): predicação verbal. Na verdade, a questão abaixo não exige somente que conheçamos a transitividade dos verbos, mas também que saibamos quais funções um pessoal oblíquo pode exercer. Faremos, para resolver a questão, uma revisão pequena dos pontos necessários para a empreitada, ou seja, não esgotaremos a matéria!

E de onde saiu a questão? Da prova da Coper – Companhia Pernambucana de Gás, que foi aplicada em 2011 (cargo: Analista Administrador).

A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:

(A) manter o regime escravista = mantê-lo

(B) procurava extrapolar o sistema escravista = procurava extrapolá-lo

(C) 
restringiam o alistamento eleitoral = restringiam-no

(D) atuar na vida política = atuá-la

(E) estender as suas características = estendê-las

RESPOSTA: pessoas, o primeiro passo para resolver a questão de hoje é identificar a transitividade verbal. Se ficar na dúvida, pegue o Aurélio, o Houaiss ou um outro bom dicionário! Façamos isso com cada um dos verbos:

a) MANTER: é um VTD e, consequentemente, o seu complemento, “o regime escravista”, é OD.

b) EXTRAPOLAR: é um VTD. “O sistema escravista” é OD.

c) RESTRINGIR: é um VTD. “O alistamento eleitoral” é OD.

d) ATUAR: é um VI. “Na vida política” é um adjunto adverbial.

e) ESTENDER: é um VTD. “As suas características” é OD.

Conferida a transitividade dos verbos, temos que partir para a outra análise: os pronomes “o” e “a” (ou suas variações – no, na, nos, nas, lo, la, los, las) foram utilizados em todas as alternativas para substituir os termos grifados. A questão é: qual função sintática tais pronomes podem exercer? Uma brevíssima revisão, sem exemplos:

  • o/a, seus plurais e variações: podem exercer função de OD;
  • Lhe(s): pode exercer função de OI, adjunto adnominal e complemento nominal;
  • Me, te, se, nos, vos: podem exercer função de OD, OI, adjunto adnominal e complemento nominal.

Galera! Agora já sabemos que os pronomes o/a e variações somente exercem função de OD! Ficou fácil! Nas letras A, B, C e E, os termos sublinhados são objetos diretos, por isso podem ser substituídos por, respectivamente, LO, LO, NO e LAS.

A letra D, por sua vez, traz, grifado, um adjunto adverbial, que não admite a substituição proposta!

Então, gente, a RESPOSTA é a letra D!

A questão era bem fácil!

Prometo que se este post alcançar a marca de 15 comentários eu posto um resumão sobre a função sintática dos pronomes pessoais oblíquos! Vou ficar de olho!

Abraços e firmeza nos estudos!

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TRE/AM – Técnico – 2009

Olá, pessoal!

Hora de encarar mais uma questão da FCC! A de hoje veio da prova do TRE/AM, aplicada em 2009 (cargo: Técnico Administrativo).

Vamos lá:

A frase em que a grafia respeita totalmente o padrão culto escrito é:

 

a) À exceção dos que se abstiveram de opinar sobre a qualidade dos serviços, os participantes da pesquisa puderam usufruir gratuitamente de um dia de lazer no hotel.

 

b) A escursão prometida não ocorreu, pois o número de interessados foi excessivo; mas até isso colaborou para o explendor da viagem, pois o desconto oferecido surpreendeu.

 

c) Casualmente encontraram-se no saguão; ela parecia advinhar o que ele tinha a lhe dizer, por isso não lhe deu oportunidade de ser posta em cheque.

 

d) Considerou ultrage o comentário adivindo o seu sucessor, mas, para preservar-se, abdicou de dar-lhe resposta à altura.

 

e) Com a dispensa abarrotada de produtos nobres, não exitou um minuto ao negar um jantar aos participantes do programa de inclusão social.

 

RESPOSTA: nada de ler a resposta antes de tentar fazer a questão, hein?

Letra A: não há nada errado aqui! A alternativa traz a forma verbal “abstiveram-se”, que pode confundir um candidato menos preparado. Todavia, basta saber que este verbo é derivado do verbo “ter” que o risco de errar vai embora! Basta conjugarmos o “ter” e emendarmos o prefixo nele: eles tiveram à eles se abstiveram. E o “lazer” com Z? Ele significa diversão, distração, tempo disponível para ócio, e está corretamente empregado no período! Se fosse “laser”, teríamos um erro. O “laser” com S é o anglicismo (palavra da língua inglesa que entrou na língua portuguesa sem ser “aportuguesada”), aquele que é um feixe de luz.

Letra B: começou mal! ESCURSÃO não existe _ a palavra é EXCURSÃO, com X. E temos mais um erro, dessa vez pela razão contrária: ESPLENDOR (brilho intenso) é com S, e não com X.

Letra C: adivinhe só: o verbo ADIVINHAR não tem D mudo. Ele é grafado com a letra “i”; a palavra CHEQUE existe, mas só quando alguém assina aquela ordem de pagamento à vista. Quando uma pessoa é colocada em situação difícil, dizemos que ela está em XEQUE, igualzinho àquele do xadrez, o “xeque-mate”.

Letra D: ULTRAJE (injúria grave) é com J, e não com G. E o verbo ADVIR, ao contrário do adivinhar, é com D mudo. Logo, o comentário é advindo, e não “adivindo”.

Letra E: a palavra “dispensa” até existe, mas vem do verbo “dispensar”, e indica que alguém foi liberado de alguma incumbência. O lugar em que guardamos alimentos nobres é a DESPENSA, com E! E o verbo ali tem que ser HESITAR (demonstrar dúvida, ter receio ou falta de segurança). “Exitar”, relacionado à palavra “êxito”, significa ter sucesso.

A RESPOSTA, então, é a letra A! Facinha, facinha, né?

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Tempos e modos verbais – questão comentada – FCC

A FCC gosta muito dos verbos! Costuma cobrar em suas questões muitos temas relacionados a eles: voz, transitividade, correlação entre tempos e modos, mudança do discurso direto para o indireto…

Como o concurso do INSS está batendo à nossa porta, dedicaremos esta semana à resolução de questões da FCC, e o tema do dia é justamente o verbo!

Vamos dar uma olhada na questão abaixo, saída da prova do TRT do Tocantis (cargo: Analista Judiciário – Área Administrativa; ano: 2011).

Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.

O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o modo verbal, por:

(A)  escolheria.

(B)  havia escolhido.

(C)  houvera escolhido.

(D)  escolhesse.

(E)  teria escolhido.

RESPOSTA:

Antes de analisar as alternativas, precisamos identificar as características do verbo sublinhado no trecho a que se refere a questão.

O verbo escolhera encontra-se no modo indicativo e está no pretérito mais-que-perfeito simples, aquele tempo que usamos para denotar uma ação passada anterior a outra ação também passada. Vejamos:

Chegou tarde ao trabalho porque dormira até às dez da manhã.

Chegou tarde indica uma ação concluída no passado, mas que foi posterior à indicada pelo verbo dormira, ou seja, antes de chegar tarde ao trabalho, o sujeito dormiu até às dez horas da manhã. Podemos esquematizar assim:

PASSADO REMOTO  >  PASSADO PRÓXIMO  >  PRESENTE

dormira                                    chegou

Agora que já identificamos tempo e modo verbais do termo que nos serve de paradigma, precisamos encontrar, entre as alternativas, aquele que possa substituí-lo sem alterar o sentido e a correção gramatical. Explicando: no trecho citado na questão, a ação de escolher é anterior à ação entender, ainda que ambas estejam no passado. Precisamos escolher a alternativa que mantenha essa noção.

Para acertar esta questão, temos que saber: quando nós juntamos TER ou HAVER no pretérito imperfeito (tinha ou havia) a um verbo no particípio, obtemos o chamado pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. Logo, havia escolhido (ou tinha escolhido) equivale a escolhera. A única diferença é que um tempo é simples (só um verbo) e o outro é composto (ver auxiliar + principal).

A RESPOSTA, então, é a letra B.

Atenção para esse tipo de questão! A FCC cobra isso com muita frequência!

Abraços!

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