Olá, pessoas!
Em primeiro lugar, desculpem-me pelo sumiço! Ando bem apertado com os meus compromissos profissionais e acadêmicos e, por isso, não consegui postar nada desde o dia 23. Mas… estou de volta!
O post de hoje foi motivado por uma sugestão do Rafael, um amigo. Ele viu um deslize ortográfico no site da Globo e logo lembrou do blog! Ótimo, né?
A escorregada em questão foi a seguinte: ao escrever “Joselito reúne exotéricos (sic), e eles tentam exorcizar Iara”, alguém trocou um S por um X.
Não é que a palavra tal qual escrita não existe. Exotérico é correto, mas não para significar algo sobrenatural. Essa palavra, conforme nos ensina o Houaiss, refere-se aos “escritos aristotélicos destinados ao grande público, em forma de diálogo, dos quais só restaram fragmentos”. O termo pode até remeter a um passado distante, mas não tem nada a ver com coisas de outro mundo!
Vejam bem, leitores: quando queremos mencionar algo sobrenatural, búzios, tarô e afins, devemos usar o termo esotérico, grafado com a letra S, e não com X!
Embaralhar-se com o uso de exotérico e esotérico não é “privilégio” de quem escreveu trocado no site da Globo, não (veja aqui o texto, à direita, abaixo do vídeo intitulado “alma penada”: http://tvg.globo.com/novelas/aquele-beijo/). É com muita frequência que cada um de nós se confunde com palavras que têm a grafia e o som muito parecidos.
É aí que entram os homônimos e os parônimos! Trata-se de conceitos conectados ao que vínhamos discutindo e que que Fumarc adora cobrar em provas (é, portanto, tema importante aos que se preparam para o concurso do TJMG, que já está batendo à nossa porta!).
Parônimos são vocábulos que têm significados diferentes, mas que têm pronúncia ou grafia muito parecidas. Alguns exemplos de parônimos:
Descrição (de descrever) | Discrição (de ser discreto) |
Emergir (vir à tona) | Imergir (afundar, mergulhar) |
Retificar (corrigir) | Ratificar (confirmar) |
Infração (desrespeito, violação) | Inflação (aumento de preços) |
Pleito (pedido) | Preito (homenagem) |
Homônimos, por sua vez, são palavras que têm significados distintos, mas que coincidem na escrita, na pronúncia ou em ambos.
Os homônimos serão perfeitos se coincidirem na escrita e na pronúncia. Vejam os exemplos:
Se chegarem atrasados ao cinema, verão somente metade do filme.
Prefiro o verão ao inverno.
Hoje é dia de São João!
Ele chegou são e salvo ao destino.
Os homônimos podem ser imperfeitos. Nesse caso, há duas possibilidades:
1. Serão homônimos homófonos e heterográficos (terão a pronúncia idêntica mas serão diferentes na escrita):
A população tacha todos os políticos de corruptos. (= qualificar).
A prefeitura acabou de instituir uma nova taxa. (= tipo de tributo).
O susto o deixou estático. (= imóvel).
A boa notícia o deixou extático. (= em êxtase).
Ainda não dá para saber as medidas incipientes do governo surtirão os efeitos planejados. (= iniciantes).
Muitas pessoas são insipientes naquele assunto. (= ignorantes).
2. Serão homógrafos e heterofônicos (terão a mesma grafia, mas serão pronunciados de forma diferentes):
O almoço estava ótimo. (substantivo – “almôço”).
Eu almoço sempre ao meio-dia. (verbo – “almóço”).
Estou com sede. Dê-me água. (vontade de beber água).
A sede da Caixa Econômica Federal fica em Brasília. (local principal de uma organização administrativa).
Agora que vimos todos esses conceitos, exotérico e esotérico são palavras parônimas ou homônimas?
Elas são escritas de forma diferente, mas apresentam a mesma pronúncia. São, assim, homônimos homófonos heterográficos.
Espero que a explicação tenha ficado clara!
Abraços para todos e bons estudos!