Portal do Português

Site dedicado ao estudo e ao ensino da Língua Portuguesa para concursos públicos.

Homônimos e Parônimos

Olá, pessoas!

Em primeiro lugar, desculpem-me pelo sumiço! Ando bem apertado com os meus compromissos profissionais e acadêmicos e, por isso, não consegui postar nada desde o dia 23. Mas… estou de volta!

O post de hoje foi motivado por uma sugestão do Rafael, um amigo. Ele viu um deslize ortográfico no site da Globo e logo lembrou do blog! Ótimo, né?

A escorregada em questão foi a seguinte: ao escrever “Joselito reúne exotéricos (sic), e eles tentam exorcizar Iara”, alguém trocou um S por um X.

Não é que a palavra tal qual escrita não existe. Exotérico é correto, mas não para significar algo sobrenatural. Essa palavra, conforme nos ensina o Houaiss, refere-se aos “escritos aristotélicos destinados ao grande público, em forma de diálogo, dos quais só restaram fragmentos”. O termo pode até remeter a um passado distante, mas não tem nada a ver com coisas de outro mundo!

Vejam bem, leitores: quando queremos mencionar algo sobrenatural, búzios, tarô e afins, devemos usar o termo esotérico, grafado com a letra S, e não com X!

Embaralhar-se com o uso de exotérico e esotérico não é “privilégio” de quem escreveu trocado no site da Globo, não (veja aqui o texto, à direita, abaixo do vídeo intitulado “alma penada”: http://tvg.globo.com/novelas/aquele-beijo/). É com muita frequência que cada um de nós se confunde com palavras que têm a grafia e o som muito parecidos.

É aí que entram os homônimos e os parônimos! Trata-se de conceitos conectados ao que vínhamos discutindo e que que Fumarc adora cobrar em provas (é, portanto, tema importante aos que se preparam para o concurso do TJMG, que já está batendo à nossa porta!).

          Parônimos são vocábulos que têm significados diferentes, mas que têm pronúncia ou grafia muito parecidas. Alguns exemplos de parônimos:

Descrição (de descrever) Discrição (de ser discreto)
Emergir (vir à tona) Imergir (afundar, mergulhar)
Retificar (corrigir) Ratificar (confirmar)
Infração (desrespeito, violação) Inflação (aumento de preços)
Pleito (pedido) Preito (homenagem)

          Homônimos, por sua vez, são palavras que têm significados distintos, mas que coincidem na escrita, na pronúncia ou em ambos.

Os homônimos serão perfeitos se coincidirem na escrita e na pronúncia. Vejam os exemplos:

Se chegarem atrasados ao cinema, verão somente metade do filme.

Prefiro o verão ao inverno.

 

Hoje é dia de São João!

Ele chegou são e salvo ao destino.

 

            Os homônimos podem ser imperfeitos. Nesse caso, há duas possibilidades:

1. Serão homônimos homófonos e heterográficos (terão a pronúncia idêntica mas serão diferentes na escrita):

A população tacha todos os políticos de corruptos. (= qualificar).

A prefeitura acabou de instituir uma nova taxa. (= tipo de tributo).

O susto o deixou estático. (= imóvel).

A boa notícia o deixou extático. (= em êxtase).

Ainda não dá para saber as medidas incipientes do governo surtirão os efeitos planejados. (= iniciantes).

Muitas pessoas são insipientes naquele assunto. (= ignorantes).

2. Serão homógrafos e heterofônicos (terão a mesma grafia, mas serão pronunciados de forma diferentes):

O almoço estava ótimo. (substantivo – “almôço”).

Eu almoço sempre ao meio-dia. (verbo – “almóço”).

Estou com sede. Dê-me água. (vontade de beber água).

A sede da Caixa Econômica Federal fica em Brasília. (local principal de uma organização administrativa).

Agora que vimos todos esses conceitos, exotérico e esotérico são palavras parônimas ou homônimas?

Elas são escritas de forma diferente, mas apresentam a mesma pronúncia. São, assim, homônimos homófonos heterográficos.

Espero que a explicação tenha ficado clara!

Abraços para todos e bons estudos!

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Para descontrair

Olá, pessoal!

Um amigo, o Daniel, me mandou uma charge do site Ñ.intendo que eu achei bem divertida e que fez com que eu me lembrasse de vocês, concurseiros que, muitas vezes, se irritam com provas de interpretação de texto.

É claro que a charge é um pouquinho exagerada, mas rende boas risadas.

Deem uma olhada e divirtam-se! (Atenção: há alguns palavrões…rs)

 

Fonte: Ñ.intendo

 

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Questões Cesgranrio comentadas

Saudações, leitores!

            Eu não ando tão presente no blog quanto gostaria porque o tempo está corridíssimo. Apesar disso, estou aqui para comentar as últimas questões da Cesgranrio antes da prova do Banco do Brasil, que acontecerá no próximo domingo.

            Escolhi hoje questões da última prova da Petrobrás, de 2012 (cargo de nível superior, com formação em Administração).

            Aqui estão:

Questão 01: O trecho “Pensa-se logo num palhaço” (l. 38-39) pode ser reescrito, respeitando a transitividade do verbo e mantendo o sentido, assim:

(A) O palhaço pode ser logo pensado.

(B) Pensam logo num palhaço.


(C) Pode-se pensar num palhaço.


(D) Pensam-se logo num palhaço.

(E) O palhaço é logo pensado.

RESPOSTA:

            O próprio enunciado da questão já dá a dica: para resolvê-la, o candidato tem que verificar a transitividade verbal. Quem se lembrou de que somente VTD e VTDI aceitam voz passiva elevou muito as chances de marcar a alternativa correta.

            O verbo “pensar” foi, aqui, usado como VTI. Sendo assim, aquele “se” que o acompanha não pode ser considerado partícula apassivadora. Conclui-se, então, que a frase não está na voz passiva sintética e que não pode ser convertida para a voz passiva analítica.

            A voz do verbo, no trecho do enunciado, é ativa. O “se” que o acompanha tem a função de mostrar que não se sabe ou não há interesse em dizer quem é o sujeito. Logo, o “se” é um índice de indeterminação do sujeito.

            Sabendo que verbos que não sejam VTD ou VTDI não aceitam a voz passiva, podemos eliminar as alternativas A e E.

            Outro detalhe: quando um verbo é acompanhado de “se” com a função de IIS, ele deve ficar na 3a pessoa do singular. Logo, podemos eliminar a alternativa D.

            Ficamos entre B e C.  A alternativa C apresenta uma frase correta, com “se” exercendo a função de IIS. Todavia, o sentido dela é diferente do sentido apresentado pelo trecho do enunciado. Neste, não há ideia de possibilidade. Naquele, sim.

            A resposta, então, é a letra B. Além do uso do “se” – IIS, há outra forma de indeterminar o sujeito: utilizando-se o verbo na 3a pessoa do plural sem que haja referência anterior ao sujeito dele. Logo, o sentido de “pensa-se logo num palhaço” é o mesmo de “pensam logo num palhaço”.

RESPOSTA: letra B.

 

Questão 02: A expressão em que a retirada do sinal indicativo de crase altera o sentido da sentença é

(A) Chegou à noite.


(B) Devolveu o livro à Maria.


(C) Dei o presente à sua irmã.


(D) O menino foi até à porta do circo.

(E) O circo voltou à minha cidade.

RESPOSTA:

Nem sempre a  retirada do acento grave indicativo de crase acarretará erro. Quando a crase for facultativa, sua retirada em nada alterará a sentença; se ela for obrigatória, sua omissão implicará erro; caso ela seja proibida, não deve aparecer de jeito nenhum.

Em algumas situações, porém, a opção pelo uso do sinal indicativo de crase depende do sentido que se deseja dar à frase.

Na questão analisada, temos as seguintes situações:

Letra B – crase facultativa: o uso da crase antes de nome próprio feminino obedece às seguintes regras:

1. Nome próprio completo: crase proibida, pois o uso da crase indica que há, além da preposição, o artigo “a”. A colocação de artigo antes de um nome próprio denota um contexto de intimidade, enquanto o uso do nome próprio completo indica que há formalidade. Logo, a convivência entre artigo e nome completo é algo incoerente.

2. Nome próprio – uso do primeiro nome + determinante que indique proximidade: crase obrigatória. Se houver alguma expressão que denote intimidade, o artigo deverá ser usado antes do nome. Se o nome for feminino e precedido, também, da preposição A,  ocorrerá crase. Se tivéssemos, então, a sentença “dei um presente à Ana, minha amiga”, a crase seria obrigatória.

3. Nome próprio – uso somente do primeiro nome, sem determinante que indique intimidade: crase facultativa. Como não há contexto que indique intimidade e nem que indique formalidade, a colocação da crase passa a ser uma opção de quem escreve.

Letras C e E – crase facultativa.

            O uso de artigo antes de pronomes possessivos é facultativo. Logo, posso dizer tanto “este é o meu livro” quanto “este é meu livro”.  Quando temos um pronome possessivo feminino singular precedido da preposição “a”, deparamos com a seguinte situação: não é possível afirmar com certeza se, além da preposição, há também um artigo ali. Vejamos:

Dirigiu-se a minha bicicleta.

            Havendo ou não artigo nessa frase, o “a” ficará no singular, pois artigos concordam com o termo a que se referem.  Se a crase acontecer, é sinal de que o artigo está lá; se não for, só há preposição. Usar ou não o acento grave, nesse caso, é opção de quem escreve.

            Se, todavia, estivéssemos diante do seguinte enunciados, a situação seria outra:

Referiu-se às minhas palavras.

            Aqui, temos um pronome possessivo feminino plural precedido por “as”, também no plural. Como a preposição é uma palavra invariável, sabemos que o termo que foi para o plural, acima, é um artigo. Logo, ÀS é a soma de A (prep.) + A (art.). Assim, havendo exigência de preposição, se tivermos AS + pronome possessivo feminino no plural, a crase será obrigatória.

            Pelo contrário, se a frase fosse escrita como abaixo, o que ocorreria?

Referiu-se a minhas palavras.

            A ausência de concordância entre o “a” e o “minhas”, acima, indica que não há artigo para se fundir com a preposição, de modo que a crase não pode acontecer. Conclusão: quando há exigência de preposição, se houver um A (singular) que anteceda pronome possessivo feminino no plural, a crase será proibida.

OBSERVAÇÃO: se houver palavra subentendida, a crase antes de pronome possessivo feminino singular será obrigatório. Exemplo:

Referiu-se às minhas palavras, não às suas. (O vocábulo “palavras” está subentendido aí, depois de suas. Logo, a crase é obrigatória).

Letra D – crase facultativa.

            A regra geral enuncia que não pode haver crase depois de preposição. Temos, todavia, uma exceção: após a preposição “até” a ocorrência de crase é facultativa, pois, nesse caso, o uso da preposição “a” é facultativo! Observem:

Fui até o parque.

Fui até ao parque.      

            Ambas as frases acima estão corretas. Na primeira, optou-se por não usar a preposição “a”. Na segunda, ela foi usada. Quando a palavra é feminina, a opção pelo uso da preposição “a” acarreta sua fusão com o artigo “a”, o que implica a existência do sinal indicativo de crase.

O menino foi até a porta do circo – somente artigo

O menino foi até a+a porta do circo – preposição + artigo = O menino foi até à porta do circo.

Letra A – pode-se usar ou não a crase, mas a opção por usar ou não acarreta variação brusca de sentido.

Chegou à noiteo termo em negrito é uma expressão adverbial feminina, por isso apresenta acento grave. O sujeito é desinencial, marcado pela terminação do verbo (3a pessoa do singular – ele/ela).

Chegou a noiteo termo em negrito é o sujeito da frase (quem chegou? A noite). Como é sujeito, não pode apresentar acento grave, pois o núcleo do sujeito não pode ser preposicionado. Essa frase equivale a dizer “anoiteceu”.

Sendo assim, a alternativa em que a retirada do sinal indicativo de crase acarreta mudança de sentido é a letra A.

RESPOSTA: letra A.

            Espero que essas últimas dicas voltadas para a prova do Banco do Brasil tenham sido úteis!

            Boa sorte a todos que vão se submeter ao concurso!

            Abraços!

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Hífen, hífen… assim você me mata!

            Sem entrar nos pormenores do Acordo Ortográfico de 1990 (cujas regras passarão a ser obrigatórias a partir de 1o de janeiro de 2013), digo apenas isto: perdeu-se uma ótima oportunidade de simplificar o uso do hífen.

            O emprego desse pequeno tracinho sempre causou muita confusão. Veio a nova reforma e nada mudou, pois ainda estão lá as inúmeras regras e suas várias exceções, prontas para tornar o dia a dia (ou seria dia-a-dia?) dos professores uma bagunça só!

            Foi justamente esta palavrinha _ dia a dia, assim mesmo, sem hífen _  que iniciou a conversa que me inspirou a escrever este post. Durante uma aula, foi mencionada a tão temida reforma da ortografia, o que motivou um aluno a fazer a seguinte pergunta:

            __ Professor, dia a dia tem hífen?

            Com base na nova regra, que diz que substantivos compostos cujas palavras sejam unidas por preposição não apresentam hífen, eu respondi que não. Não só dia a dia passou a ser escrito sem hífen, mas também mula sem cabeça, pé de moleque, mão de vaca…

            Nesse momento, outro aluno me interrompeu e disse que, com certeza absoluta, tinha visto esta última palavra escrita com hífen, assim: mão-de-vaca. Dei, por alguns instantes, uma vasculhada na minha memória, pensando nas regrinhas:

            Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação, como preposições, como dia a dia, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau.

            Há algumas exceções à regra anterior, tendo o hífen sido mantido por já estar consagrado pelo uso: cor-de-rosa, pé-de-meia (no sentido de economias), arco-da-velha…

            Continuam sendo grafados com hífen os compostos que apresentem elemento de ligação, mas que indiquem espécies de animais ou vegetais: cravo-da-índia, bem-te-vi, bico-de-papagaio (planta – “bico de papagaio” com sentido de formação óssea não tem hífen)…

            Sem conseguir uma resposta satisfatória, prometi um retorno rápido. Cheguei em casa e constatei: eu estava certo… e o aluno também! Assim como ocorre com outras palavras, o conjunto formado por mão+de+vaca pode ter significados distintos.

            Pode fazer referência à pata dianteira da vaca, e aí não tem e nunca teve hífen; pode designar a pessoa sovina, tendo, nesse caso, perdido o hífen com a reforma; pode ser, também, uma espécie de árvore (cuja existência eu desconhecia), situação em que será grafado assim: mão-de-vaca.

            Qual a conclusão?

            Agora, além de sabermos quais são as regras do uso do hífen, temos que nos informar sobre a zoologia e a botânica! Só assim teremos segurança para escrever algumas palavras, como as abaixo:

            Boca de lobo (bueiro); Boca-de-lobo (planta)

            Mão de vaca (sovina); Mão-de-vaca (árvore)

            Bico de papagaio (formação óssea); Bico-de-papagaio (planta ornamental)

            Pão de ló (comida); Pão-de-ló (planta)

Olho de boi (selo postal); Olho-de-boi (espécie de peixe)

            O jeito é andar com o vocabulário ortográfico da ABL (o Volp) debaixo do braço! Para quem tiver dúvida sobre a grafia das palavras, inclusive, sugiro a consulta ao site da Academia Brasileira de Letras. O link é o seguinte:

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23

            Assim esse hífen mata a gente!

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Lista de exercícios – Cesgranrio – 25 questões de Português (nível médio)

Olá, pessoas que se preparam para o concurso do BB, da CEF e outros cuja organização esteja a cargo da Cesgranrio!

Hoje trago para vocês uma lista de 25 exercícios de nível médio da mencionada banca organizadora, correspondentes à prova de Inspetor de Segurança da Petrobrás, que foi aplicada em 2010.

Cliquem no link abaixo, baixem a prova e divirtam-se! =]

Cesgranrio _ Petrobrás _ Inspetor de Segurança Júnior – 2010

Abraços e bons estudos!

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Polícia Legislativa – Senado Federal – FGV (2012)

Olá, pessoas!

Eu acabei não conseguindo postar nada ontem porque ando muito apertado com trabalho e estudos. Não tive tempo!

Mas agora estou aqui com algumas questões fresquinhas da prova do Senado, que foi aplicada no último domingo pela FGV. Seguem algumas questões da prova de Polícia Legislativa comentadas:

Questão 01:

“Essa dança tem duas partes: a primeira consiste em caminhar rebolando em linha reta; a segunda, numa curva sem rebolado, que faz com que a abelha volte para onde iniciou seu rebolado” (l. 24-28).

 

A primeira ocorrência de vírgula no trecho acima se justifica por ser caso de

 

a) isolamento de termo deslocado no período.

b) separação de aposto.

c) assíndeto.

d) zeugma

e) separação de oração subordinada adjetiva restritiva.

 

Resposta:

A vírgula, como sabemos, pode ser utilizada para marcar a elipse (ou omissão) de um termo. No trecho citado, a razão da primeira vírgula é justamente esta: marcar que o termo “consiste” foi omitido. Vejamos:

Essa dança tem duas partes: a primeira consiste em caminhar rebolando em linha reta; a segunda consiste numa curva sem rebolado…

 

Para evitarmos a repetição do verbo “consiste”, o retiramos e colocamos uma vírgula no lugar, do jeito que foi feito no texto!

A dificuldade da questão, na verdade, é saber que zeugma e elipse são a mesma coisa! Quem sabia faturou a questão!

RESPOSTA: letra D.

Questão 02:

 

“É verdade que muitas vezes ouvimos discursos nos quais o candidato derrotado decreta que ‘decidido o pleito, vamos trabalhar juntos pela proposta vencedora’, mas na maioria das vezes isso não passa de retórica”. (L.91-96).

 

Tomando o trecho acima como discurso direto, assinale a alternativa em que se tenha feito corretamente a passagem para o indireto.

 

a) O texto afirma que seria verdade que muitas vezes ouviríamos discursos nos quais o candidato derrotado decretaria que, decidido o pleito, iremos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passará de retórica.

b) O texto afirma que é verdade que muitas vezes ouvimos discursos nos quais o candidato derrotado decreta que, decidido o pleito, iríamos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passaria de retórica.

c) O texto afirma que era verdade que muitas vezes ouvíamos discursos nos quais o candidato derrotado decretava que, decidido o pleito, íamos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passava de retórica.

d) O texto afirma que é verdade que muitas vezes ouvimos discursos nos quais o candidato derrotado decretava que, decidido o pleito, íamos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passava de retórica.

e) O texto afirma que era verdade que muitas vezes ouvíamos discursos nos quais o candidato derrotado decreta que, decidido o pleito, iríamos trabalhar juntos pela proposta vencedora, mas na maioria das vezes isso não passaria de retórica.

 

Resposta:

            Para passarmos um trecho do discurso direto para o indireto, temos que pensar no seguinte: aquilo que vai ser reconstruído (no discurso indireto) corresponderá a um tempo posterior se comparado àquele em que foi proferida uma fala do discurso direto (afinal, se vamos repetir o que alguém já disse, teremos que fazer isso depois da fala). Vejamos um exemplo:

Discurso direto: “Estou com vontade de tomar sorvete”, disse Maria.

 

Discurso indireto: Maria disse que estava com vontade de tomar sorvete.

 

Na passagem do discurso direto para o indireto, o verbo que está no presente do indicativo vai para o pretérito imperfeito do indicativo.

Discurso direto: “Tomarei sorvete hoje”, disse Maria.

 

Discurso indireto: Maria disse que tomaria sorvete naquele dia.

 

O verbo no futuro do presente deve ir para o futuro do pretérito, pois este tempo indica justamente um fato futuro tomado como “por acontecer” tendo como referência um momento passado. Observe que advérbios como “hoje” e “agora” também sofrem alterações. Deverão ser trocados por “ontem”, “naquele momento” etc.

No trecho da questão, temos que fazer as seguintes transformações:

É à era; ouvimos à ouvíamos; decreta à decretava; vamos à íamos; passa à passava.

RESPOSTA: letra C.

Ficamos com essas questões por hoje! As observações sobre a passagem do discurso direto para o indireto são apenas as referentes a essa questão. Há mais regras que se aplicam ao caso, mas isso é tema para outros posts!

Para quem quiser ler o texto da prova completo, segue o link: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,como-as-abelhas–exercem-a-democracia-,821615,0.htm

Abraços!

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Bom fim de semana!

Bom descanso ou bons estudos, dependendo do planejamento de vocês!  =]

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FCC – TRE – Paraná 2012 (nível médio)

Olá, pessoas concurseiras!
Hoje vou postar uma questão que uma amiga, a Fernanda, me mandou por email. Achei muito boa, pois ela cobra a regência do verbo APONTAR de uma forma que a gente não tem costume de usar.
Deem uma olhada!
A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo e seu entendimentoaponta para uma complexidade …
Nas frases seguintes, considere o emprego do verbo grifado acima: 
I. O assessor encarregado pelo Ministro de analisar o processo apontou-lhe as dificuldades em conseguir um acordo satisfatório entre as partes. 
II. O desempenho de um dos membros do Conselho Administrativo levou os demais a apontarem-no, de forma unânime, para dirigir a empresa. 
III. O Presidente, diante da insatisfação gerada por medidas impopulares, apontou à frente dos manifestantes, tentando acalmar os ânimos. 
Está correta a regência do verbo apontar em  
(A)  II, apenas. 
(B)  I e II, apenas. 
(C)  II e III, apenas. 
(D)  I e III, apenas. 
(E)  I, II e III.
Resposta:
I. Utilizado no sentido de “mostrar algo a alguém”, “apontar com o dedo”, o verbo APONTAR é bitransitivo e utilizado tal qual na frase acima. “Lhe” é OI e “as dificuldades” é OD. A frase está correta.
II. No sentido de “indicar para cargo ou função”, o verbo APONTAR é VTD. Logo, “no”, na frase, é OD.
III. Por fim, no sentido de “aparecer”, o verbo APONTAR é intransitivo. Assim ele foi usado na frase III, que está correta.
Logo, todas as frases estão corretas, e a resposta da questão é letra E!
RESPOSTA: letra E.
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Correlação entre tempos e modos verbais

Maria bebeu a água que pôs no copo.

            Eu pergunto a vocês, leitores: essa frase está correta?

Trata-se, sem dúvidas, de uma frase clara, pois todo mundo que a lê entende perfeitamente o que aconteceu: em primeiro lugar, Maria colocou a água no copo. Em segundo, a bebeu.

Atenção para o tempo verbal que foi usado em ambas as ações: pretérito perfeito do indicativo, que indica uma ação passada já concluída.

No nosso exemplos, temos duas ações passadas concluídas (beber e pôr). Acontece, todavia, que não é possível que Maria tenha bebido e colocado a água no copo simultaneamente. Uma das ações aconteceu antes da outra. E qual é o tempo verbal que devemos usar para indicar uma ação passada concluída antes de outra ação também passada? O pretérito mais-que-perfeito!

Como Maria teve que pôr a água no copo antes de bebê-la, o ideal seria que escrevêssemos a frase assim:

 

Maria bebeu a água que pusera no copo.

            Nessa nova construção, temos a correlação adequada de tempos e modos verbais. Sabemos, então, que o pretérito mais-que-perfeito do indicativo combina com o pretérito perfeito do indicativo quando queremos indicar duas ação passadas concluídas, uma anterior à outra.

Vejamos mais um exemplo:

 

Se eu ganhasse na loteria, compraria uma mansão.

            Aqui há o verbo ganhasse, flexionado no imperfeito do subjuntivo, modo este que expressa dúvida, hipótese. Temos que pensar na carga semântica do verbo quando escolhemos algum outro para com ele combinar. No caso em questão, podemos escolher o futuro do pretérito do indicativo (compraria), pois ele expressa uma ação futura cuja realização depende de algo, uma ação condicionada.

A ideia transmitida pelo imperfeito do subjuntivo é de uma possibilidade bem remota. Por isso devemos usar o futuro do pretérito na combinação.

As correlações entre o pretérito MQP e o pretérito perfeito, ambos do indicativo, e entre o imperfeito do subjuntivo (SSE) e o futuro do pretérito do indicativo (RIA) , são as mais comuns nas provas.

Em relação às demais, cabe ao leitor analisá-las cuidadosamente e ver se a lógica entre as informações é mantida.

Vejamos mais alguns exemplos de combinações bem feitas:

 

Se eu ganhar na loteria, comprarei um iate. (Fut. do subjuntivo + fut. do pres. do indicativo).

 

Mamãe pediu que eu buscasse meu irmão na escola. (Pret. Perfeito do indicativo + imperfeito do subjuntivo).

 

Se mamãe tivesse pedido, eu teria buscado meu irmão na escola. (Pret. Mais-que-perfeito composto do subjuntivo + futuro do pretérito composto do indicativo).

 

Apesar de ser seguro considerar que o imperfeito do subjuntivo e o futuro do pretérito do indicativo combinam (SSE – RIA), o importante mesmo é treinar para conseguir compreender o sentido dos períodos formado com correlações de tempos verbais. Para isso, é preciso saber o que cada tempo e modo verbal quer dizer.

 

Em relação à atitude do falante, pode-se dizer que ela muda conforme o modo verbal escolhido, como no esquema abaixo:

 

  • Modo indicativo à atitude de declaração, de certeza;
  • Modo subjuntivo à atitude de dúvida, fala hipotética;
  • Modo imperativo à atitude de ordem, pedido, sugestão.

 

 

Quanto ao sentido dos tempos verbais do modo indicativo, podemos afirmar o seguinte (abordaremos os sentidos básicos!):

 

TEMPOS DO MODO INDICATIVO:

Presente do indicativo

  • Enuncia um fato que ocorre no momento em que se fala: como um pedaço de bolo.
  • Dá atualidade ou dinamismos a fatos passados que são contados no presente: nesse momento, então, o Brasil declara independência de Portugal…
  • Indica ação futura e certa: amanhã faço os exercícios de matemática.
  • Exprime dogmas, fatos cientificamente comprovados: a Terra gira em torno do sol; um ângulo reto tem 90 graus.
  • Enuncia ação habitual: aos sábados corro no parque.

 

Pretérito perfeito do indicativo

  • Enuncia fato passado já concluído: caí do cavalo.

 

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo

  • Exprime fato passado concluído antes de outro fato também passado: plantara os frutos que colheu (primeiro plantou, depois colheu).

 

Pretérito imperfeito do indicativo

  • Exprime um fato passado referindo-se ao momento em que ele ainda acontecia (ou seja, ainda não concluído): eu cozinhava quando minha mãe chegou.
  • Indica ação frequentativa passada: quando criança, lia Monteiro Lobato.

 

Futuro do presente do indicativo

  • Indica fato futuro tido como certo: amanhã farei os trabalhos da faculdade.

 

Futuro do pretérito do indicativo

  • Enuncia um fato futuro  relativo a um fato passado: ontem Marta falou que compraria um par de sapatos.

 

Por fim, lembremo-nos, também, dos tempos compostos:

 

  Do indicativo Do subjuntivo
Pretérito perfeito Pres. do ind. + particípio

Tenho escolhido

Pres. do subj. + partícipio

Tenha escolhido

Pretérito MQP Pret. Imperf. do ind. + Particípio

Tinha escolhido

Imperfeito do subj. + particípio

Tivesse escolhido

Futuro do presente Fut. do pres. do ind. + particípio

Terei escolhido

Fut. do subjuntivo + particípio

Tiver escolhido

Futuro do pretérito Fut. do pretérito do ind. + particípio

Teria escolhido

 

Com base nessa tabela, por exemplo, sabemos que Maria tinha feito os deveres quando a energia acabou equivale a Maria fizera os deveres quando a energia acabou.

 

Este post não teve, de jeito nenhum, a intenção de esgotar o tema da correlação entre tempos e modos verbais. A intenção foi apenas a de dar uma clareada no assunto e incentivá-los, leitores, a estudar e a treinar bastante, pois só assim vocês ficarão seguros para enfrentarem as questões que cobrem isso aqui!

Um abraço!

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Portugal sugere mudanças no Acordo Ortográfico

Gente, uma sugestão de leitura para aqueles interessados no tema, retirada do site da Uol:

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/agencia-estado/2012/03/03/portugal-sugere-alteracoes-em-acordo-ortografico.htm

Abraços!

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