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Editais da Polícia Federal

Olá, pessoas!

Saíram os editais dos concursos de Delegado, Perito e Escrivão da Polícia Federal!

As provas acontecerão no dia 19 de agosto.

Quem tiver interesse pode acessar os editais no site do Cespe, clicando AQUI.

Hora de intensificar os estudos!

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Temas para redação

Olá, pessoas!

Esta é a página em que eu coloco algumas sugestões de temas de redações para que vocês possam treinar. Basta clicar no link e salvar o arquivo em seu computador!

Concurso – 01

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Crase

Olá, pessoal! Tudo bem?

Hoje trago a vocês um post gigante e completo sobre o uso da crase!

Divirtam-se!

 

CRASE

 

O uso do sinal indicativo de ocorrência da crase parece ser mais complicado do que é. O importante, para evitar confusões, é tentar entender porque aquele “acento agudo ao contrário”, cujo nome é acento grave, aparece sobre a vogal A.

 

Fundamentos

 

A crase é um fenômeno sintático que acarreta a fusão de duas vogais iguais que aparecem em sequência. Na Língua Portuguesa, tal fenômeno ocorre somente com a vogal A e é marcado pelo acento grave.

Haverá crase sempre que a preposição A fundir-se com o artigo A, o pronome demonstrativo A e o A inicial dos pronomes demonstrativos aquele, aquela e aquilo. Esquematizando, temos:

 

A – preposição

+ A artigo

Enviou o presente à amiga.

+ A pronome demonstrativo

Referiu-se à que chegou (= àquela que chegou).

+ A inicial de pronome demonstrativo

Não fez alusão àquilo.

 

O ponto de partida para descobrir se deve ou não haver o sinal indicativo de crase em uma frase é verificar se um termo exige a preposição A e se outro admite a letra A artigo ou, ainda, se foi utilizado o A pronome demonstrativo (= aquela) ou algum pronome demonstrativo iniciado com a letra A. Seguem alguns exemplos:

 

Dizia tudo à amiga.

O verbo dizer, tal qual usado neste caso, é VTDI – tem um OD e um OI. Seu OI é introduzido pela preposição A, pois “quem diz, diz algo a alguém”. O termo que exerce a função de OD na frase é o substantivo feminino amiga. Como substantivo feminino que é, admite ser determinado pelo artigo definido A. Sendo assim, temos: Dizia tudo a (preposição) + a (artigo) amiga –> Dizia tudo à amiga.

 

Dizia tudo àquela amiga.

Esta situação é parecida com a anterior, mas agora a fusão acontece entre a preposição A, exigida pelo verbo, e o A inicial do pronome aquela. Dizia tudo a + aquela amiga –> Dizia tudo àquela amiga.

 

Dizia tudo à de verde.

Neste caso, temos a mesma preposição A que, agora, funde-se com o pronome demonstrativo A (a frase equivale a “dizia tudo àquela de verde”). Dizia tudo a (preposição) + a (pron. demonstrativo) de verde –> dizia tudo à de verde.

 

Concluímos que, excetuando-se as situações em que o acento grave é justificado pela tradição linguística (que serão oportunamente estudados), o sinal indicativo de crase acontecerá por causa da fusão da preposição A com  a letra A de outra natureza.

 

Casos proibidos

Vejamos as regras que proíbem o uso do sinal indicativo de crase:

 

A. Antes de palavras masculinas no geral.

Atenção para o destaque dado à expressão “no geral”.  Não ocorrerá crase antes de palavras masculinas porque estas não podem ser determinadas nem pelo artigo feminino A, nem pelo pronome demonstrativo A. Sendo assim, não teremos sinal grave em frases do tipo:

 

A presidente falou a respeito do novo Código Florestal.

Todos compareceram ao evento, como havia sido combinado.

 

Tenhamos cuidado em duas situações:

1. Quando a preposição A fundir-se com o A inicial de AQUELE, haverá crase (e ela estará na própria palavra masculina, o pronome demonstrativo).

Enviou os documentos àquele departamento.

2. Quando a expressão “moda de” estiver subentendida entre a letra A e um nome masculino, será preciso usar o acento grave, obrigatoriamente.

 

Aquele jovem intelectual escreve à Machado de Assis. (= à moda de Machado de Assis)

B. Antes de palavras, ainda que femininas, usadas em sentido genérico.

Trata-se, aqui, de uma questão de sentido da frase. Imaginemos, por exemplo, um evento voltado para crianças, ao qual elas sejam levadas pelos pais. Durante este evento, uma organizadora decide conversar com o público infantil do local, falando coisas que só interessam a ele. Poderíamos dizer:

 

A organizadora dirigiu-se a criança, não a adulto.

 

            Nessa frase, o termo criança (assim como adulto) foi tomado em sentido genérico. O que se quer dizer é que a organizadora falou ao público infantil, falou coisas do interesse de crianças, e não que ela conversou com uma criança específica. Como o substantivo criança foi usado no sentido genérico, ele não pode ser determinado pelo artigo feminino A e, consequentemente, não haverá nada com que a preposição A possa se fundir antes dele.

Diferente seria o caso de uma funcionária do evento aproximar-se de um menino e de seu pai e, falando ao menino, perguntasse se ele queria um brinquedo. Deveríamos escrever:

 

A funcionária dirigiu-se à criança, não ao adulto.

 

            Como se trata de uma criança específica, o substantivo a ela referente deverá ser precedido do artigo definido A, o qual se fundirá com a preposição A, exigida pelo verbo dirigir-se. Note-se que o mesmo acontece com o termo adulto, que, por ser masculino, é determinado pelo artigo masculino O, que se une à preposição que o antecede, formando AO.

 

C. Antes de verbos

Verbos são palavras que não possuem gênero e, se efetivamente usados como verbos, não serão determinados por artigos ou pronomes demonstrativos. O que pode acontecer é a substantivação de um verbo, processo que o converterá em um substantivo. Quando isso ocorre, todavia, ele forma um substantivo masculino (exemplo do verbo andar utilizado como substantivo: o seu andar é muito elegante).

Preços a partir de R$ 100,00.

            Ela possui muitas qualidades, a saber: honestidade, competência e humildade.

 

D. Depois de preposição

EXCEÇÃO: preposição até (cf. “casos facultativos”).

A regra é que, no uso da Língua Portuguesa, não se usem duas preposições seguidas. Há, porém, algumas exceções, como é o caso de até, que pode ser seguida da preposição a, e das combinações por entre, de entre e para com.

 

Deverei comparecer perante a juíza. (esse A é somente o artigo, pois já temos a preposição perante, que não admite que se use a preposição A em sua sequência.)

 

E. Antes de artigos indefinidos

Os artigos indefinidos são um, uma, uns, umas. Se pensarmos bem, não faz mesmo sentido colocar o acento grave quando, depois dele, vier um artigo indefinido. Afinal de contas, é contraditório usar o artigo indefinido e o indefinido ao mesmo tempo. Para clarear, um exemplo:

A frase “enviou o recado à uma amiga” pode até parecer correta à primeira vista, mas desmembremo-la: enviou o recado a (preposição) + a (artigo definido) + uma (artigo indefinido) amiga. Não é possível determinarmos o mesmo substantivo, ao mesmo tempo, com um artigo definido e um indefinido, porque isso seria completamente incoerente.

Algumas frases corretamente construídas:

 

Referia-se a uma medida governamental qualquer.

            Contou a uma tia o que se passava com a mãe.

 

F. Antes de pronomes…

F.1. demonstrativos que não comecem com a letra A

Trata-se dos pronomes esse, essa, este, esta (e seus plurais) e isto.

 

Peça desculpas a essa moça, meu filho.

            Não sei se recorro àquele médico para uma segunda opinião ou se envio o resultado dos exames a este mesmo.

            Tenho certeza de que ele não se referia a isto quando nos fez aquela proposta.

 

F.2. Antes de pronomes indefinidos

São exemplos de pronomes indefinidos: qualquer, todo, toda, cada…

 

Ele tem bom coração. Certamente perdoará a qualquer devedor que tiver uma boa justificativa.

            Mande os meus convites a todas as minhas amigas!

 

F.3. Antes de pronomes pessoais

            Exemplos de pronomes pessoais: eu, tu, ele, nós, vós, eles, o, os, me, te, se, mim…

 

Indicou o corretor a ela.

            Envie sua mensagem a mim tão logo chegue em casa.

 

F.4. Antes de pronomes de tratamento

            Exemplo de pronomes de tratamento: você, Vossa Excelência, Sua Senhoria, Vossa Alteza…

 

            Não cabe a você tomar todas as decisões.

            Endereçarei esta carta a Sua Senhoria assim que terminar de escrevê-la.

 

ATENÇÃO: os pronomes de tratamento senhora e senhorita não entram nesta regra. Antes deles, ocorrerá crase caso seja exigido o uso da preposição A.

           

            Não cabe à senhora tomar todas as decisões.

            Endereçarei esta carta à senhorita assim que terminar de escrevê-la.

 

ATENÇÃO 2: o pronome de tratamento dona (feminino de dom) não pode ser precedido de artigo. Sendo assim, antes dele não ocorrerá crase. Se a palavra dona for usada no sentido de posse, poderá ser precedida de A craseado.

            Aplicaram uma multa a dona Maria porque o cachorro dela fez coco na calçada. (dona – pronome de tratamento.)

Aplicaram uma multa à dona do cachorro porque ele fez coco na calçada. (dona – posse.)

           

G. Antes de numerais cardinais, salvo se indicarem horas.

 

            O retorno fica a 200 metros.

            Minha casa fica a quinze minutos de caminhada daqui.

 

H. Em locução formada por palavras repetidas.

São exemplos deste tipo de locução: frente a frente, cara a cara, boca a boca, lado a lado, face a face, dia a dia…

 

O salva-vidas fez respiração boca a boca no rapaz que havia se afogado.

            Ficaram cara a cara, mas não disseram nada.

           

Casos facultativos

Diante de um caso facultativo, quem escreve pode optar por usar ou não o sinal indicativo de crase. Vamos entender porque isso acontece enquanto analisamos tais casos:

 

A. Antes de pronomes possessivos femininos, quando tanto o A quanto o pronome estiverem no singular.

            Antes de pronome possessivo, seja ele qual for, o uso do artigo é facultativo. Sendo assim, estão corretas todas as frases abaixo:

 

Aquela é minha mãe./Aquela é a minha mãe.

            Ele bateu em meu carro./Ele bateu no meu carro. (no = em + o)

O meu cachorro fugiu./Meu cachorro fugiu.

 

O fato de o artigo ser facultativo antes de pronomes demonstrativos somente afetará o uso da crase antes de pronomes possessivos femininos singulares, pois é somente antes deles que se pode escolher entre usar ou não o artigo A (antes dos demais escolhemos o, os, as). Logo, teríamos:

 

Referiu-se a meu irmão. (sem artigo)/Referiu-se ao meu irmão. (com artigo)

            Referiu-se a minha irmã. (sem artigo)/Referiu-se à minha irmã. (com artigo)

Todas as opções acima estão corretas. Comparando umas às outras, vemos que a preposição sempre está lá. O que pode ou não ser usado é o artigo.

 

Fique esperto!

  • Se houver palavra subentendida depois do pronome possessivo feminino singular, a crase será obrigatória.
    • Sua opinião é igual à minha (opinião). Crase obrigatória.
    • Ele não poupou críticas à/a minha opinião. Crase facultativa, pois não há palavra subentendida.
    • Se o A estiver no singular e o pronome possessivo feminino estiver no plural, a crase será proibida.
      • Não poupou críticas a minhas opiniões. Crase proibida, pois sabemos que, se o artigo estivesse ali, ele concordaria em número com o pronome a que se refere, de modo que teríamos às minhas, e não a minhas.
      • Se, em um caso semelhante ao de cima, o AS estiver também no plural, a crase será obrigatória.
        • Não poupou críticas às minhas opiniões. Crase obrigatória, pois como o AS encontra-se no plural, temos certeza de que trata-se da fusão da preposição A com o artigo AS, pois preposições são invariáveis (e, assim, não passam para o plural).

 

B. Depois da preposição ATÉ.

Antes dos pronomes possessivos, o artigo é facultativo. Após a preposição até, a preposição A é facultativa. Sendo assim, a crase também o será. Vejamos:

 

Fui até o clube.

            Fui até ao clube.

            Fui até a faculdade.

            Fui até à faculdade.

 

Todos os exemplos acima estão corretos e, pelo que se vê por eles, o artigo sempre aparece depois de até. O que pode ou não ser usado, a critério de quem escreve, é a preposição. Caso usemos a preposição A, depois de até, antes do artigo feminino A, teremos que utilizar o acento grave para marcar a ocorrência da crase.

 

C. Antes de nomes próprios femininos sem sobrenome e sem indicação de intimidade.

Ambas as frases abaixo estão corretas:

 

Enviou o recado a Marta.

Enviou o recado à Marta.

 

ATENÇÃO: a crase somente é facultativa antes de nomes próprios femininos se eles não vierem acompanhados de sobrenome ou de determinante que indique intimidade. Isso acontece porque o uso do artigo antes de nome próprio, seja de que gênero for, indica intimidade. O sobrenome, por sua vez, indica distanciamento.  Logo, concluímos que:

  • Se usarmos o nome próprio feminino sem sobrenome ou sem determinante que indique intimidade, não indicaremos proximidade ou distanciamento. Neste caso, poderemos escolher por usar ou não o artigo. Se usarmos, haverá crase (desde que haja algum termo que exija a preposição A). Se não usarmos, não haverá crase.
  • Se usarmos o sobrenome, indicaremos distanciamento, formalidade e, por isso, não poderemos usar o artigo antes. Seria incoerente indicarmos, ao mesmo tempo, num mesmo enunciado, proximidade (com o artigo) e distanciamento (com o sobrenome).
    • Enviou o recado a Marta Suplicy.
    • Se usarmos um determinantes que indique intimidade, teremos que usar o artigo, já que a proximidade entre quem escreve e a pessoa sobre a quel se escreve ficou evidenciada.
      • Enviou o recado à Marta, minha namorada.

 

Casos especiais

 

A. Antes das palavras terra, casa e distância.

A.1. Se tais palavras aparecerem sem determinantes, não se pode usar crase.

 

Acabei por retornar a casa, ainda que muitos anos depois.

            O segmento de educação a distância vem crescendo ano a ano.

            O marinheiro voltou a terra e reencontrou sua família.

 

A.2. Se tais palavras vierem determinadas, deve-se usar crase, desde que seja exigida a preposição A.

 

            Acabei por retornar à casa de meus pais, ainda que muitos anos depois.

            O marinheiro retornou à terra natal e reencontrou sua família.

            O atirador de elite observava o ladrão de bancos à distância de 500 metros.

            Depois do recesso, os parlamentares regressaram à Casa para votar.

            O momento que um astronauta mais espera é a hora de voltar à Terra.

 

B. Antes de topônimos (nomes de lugares)

            Os topônimos podem ser:

  • Masculinos: precedidos do artigo O. Nunca são precedidos de crase.
    • O Ceará.
    • Femininos: precedidos do artigo A. Sempre que há a exigência da preposição A, são precedidos por crase.
      • A Itália.
      • Neutros:
        • Se não forem especificados, não aceitam artigo A e não levam crase.
          • São Paulo.
  • Se forem especificados, aceitam o artigo A e levam crase.
    • A São Paulo da garoa.

 

Para saber se um topônimo é feminino ou neutro, use o troque de dizer: “vou a, volto de” (neutro) e “vou à, volto da” (feminino). Vejamos:

 

Regressou à Inglaterra dois anos depois. (quem vai À Inglaterra, volta DA Inglaterra – feminino – crase obrigatória).

Iria a Belo Horizonte se o dinheiro desse. (quem vai A Belo Horizonte, volta DE Belo Horizonte – neutro sem especificador – crase proibida).

Iria à Belo Horizonte das memórias de sua infância. (neutro especificado – crase obrigatória).

 

Casos obrigatórios

 

A. Casos obrigatórios que se justificam pela fusão da preposição A com outra vogal igual.

A.1. Fusão da preposição A com o artigo A ou AS.

 

Era contrário à medida tomada pela direção da empresa.

            Dirigiu-se às pessoas presentes com muita educação.

 

A.2. Fusão da preposição A com a letra A inicial de aquilo, aquele(s) e aquela(s).

 

            Não faça alusão àqueles tempos, pois sabe que isso incomoda seu pai.

            Visava àquela promoção desde o primeiro dia de trabalho.

            Não me referi àquilo que você ontem.

 

A.3. Fusão da preposição A com o pronome demonstrativo A.

 

Entregue as flores à de vermelho, por favor. (=àquela de vermelho).

Contou o segredo à que era mais fofoqueira. (=àquela que era mais fofoqueira).

 

Fique esperto!

            Como se vê pelos exemplos acima, a letra A antes de QUE e DE receberá acento grave sempre que tiver valor de aquela, desde que a preposição A seja exigida na frase.

 

B. Casos obrigatórios que se justificam pela tradição linguística.

B.1. Indicação de horas.

 

            O filme começa às 19h.

            Sairei às três.

 

Ao indicar um intervalo, combine sempre a preposição DE com a preposição A (sem crase) e a contração DA(S) com a contração À(S), que resulta da fusão de A + A.

 

A aula vai de 13h a 17h.

            A aula vai das 13h às 17h.

            A festa foi de uma da manhã a uma da tarde do dia seguinte.

            A festa foi da uma da manhã à uma da tarde do dia seguinte.

 

B.2. Em locuções adverbiais, conjuntivas e prepositivas femininas.

São exemplos de tais locuções: à espera, à frente, à direita, às vezes, à medida que, à proporção que, à noite, à tarde, à toa…

 

Eu aprendo à medida que estudo.

            Muitas pessoas, em vez de lutarem por seus objetivos, vivem à espera de milagres.

            Vire à direita, por favor.

 

ATENÇÃO: se alguma das expressões acima for utilizada de modo a não corresponderem a uma locução adverbial, prepositiva ou conjuntiva, ela não necessariamente apresentará crase. Vejamos:

            À noite, passa rapidamente. (“à noite” é um adjunto adverbial. Logo, há crase, pois trata-se de uma locução adverbial feminina. A frase quer dizer que algo ou alguém [3a do singular] passa depressa à noite.)

            A noite passa rapidamente. (“a noite” é o sujeito, e núcleo do sujeito nunca pode apresentar crase. A frase quer dizer que a noite não demora a passar, que o dia chega logo.)

 

B.3. Na expressão à moda de, ainda que antes de palavras masculinas e mesmo que moda de venha subentendido.

 

Ele canta à moda de Frank Sinatra.

            Ele canta à Frank Sinatra.

            Esse novo talento faz filmes à George Lucas.

 

Observações finais

 

A. Não caia na pegadinha dos verbos transitivos diretos e indiretos (VTDI). Sempre que um verbo for VTDI, ele terá que ter um OD e um OI, não sendo permitido que ele apresente dois OD ou dois OI. Vejamos:

 

Informaram a família sobre o mau comportamento do menino. (frase correta. “A família” é o OD, “sobre o mau comportamento…” é o OI, pois vem regido da preposição “sobre”).

 

Informaram à família o mau comportamento do menino. (frase correta. Dessa vez os objetos trocaram de lugar, e “à família” [agora OI] veio regido da preposição A enquanto “o mau comportamento…” assumiu o papel de OD).

 

Informaram à  família sobre o mau comportamento do menino. (frase incorreta. O verbo apresenta dois objetos indiretos e nenhum direto. Uma das preposições [A ou SOBRE] tem de ser eliminada para que o problema seja sanado. Logo, apesar de não haver problema algum em usar crase no trecho “informaram à família”, o restante da oração deve também ser analisado a fim de se evitar uma conclusão precipitada sobre a correção da frase).

 

B. Crase e pronomes relativos QUE e A QUAL/AS QUAIS.

Sabemos que, muitas vezes, o pronome relativo vem antecedido de preposição. Isso acontece quando o termo posterior a ele o exige. O que às vezes passa despercebido é que, se trocarmos o pronome QUE por A QUAL ou AS QUAIS e ele estiver precedido da precedido da preposição A, essa troca fará com que ocorra crase. Isso acontece porque, diferentemente do QUE, A QUAL e AS QUAIS vêm com o artigo A “de fábrica”.

 

A pessoa a que me referi chegou. ( O verbo referir pede a preposição A, que tem que ser colocada antes do pronome relativo QUE).

A pessoa à qual me referi chegou. (Aqui ocorre o mesmo, mas a preposição A é colocada antes do pronome A QUAL. Logo, A + A QUAL = À QUAL).

As pessoas às quais me referi chegaram. (A + AS QUAIS = ÀS QUAIS).

 

C. Lembre-se do paralelismo sintático.

 

Veja a frase abaixo:

 

Prefiro Português à Matemática.

 

            Essa frase está incorreta porque não respeitou o paralelismo sintático, ou seja, não foi coerente do ponto de vista estrutural. O verbo preferir exige a preposição A, pois é utilizado assim: preferir uma coisa A outra coisa.

Se existe um sinal indicativo de crase antes de Matemática é porque, além da preposição exigida pelo verbo, está lá, também, um artigo definido (A), que é admitido pelo nome.

Ora, se usamos um artigo antes de Matemática, temos que usar um também antes de Português. Só assim respeitaremos o paralelismo sintático da frase. Estariam corretas as duas opções abaixo (com artigo antes dos dois ou sem artigo antes dos dois):

 

Prefiro o Português à Matemática.

            Prefiro Português a Matemática. (a ausência de artigo antes de Matemática acarreta a ausência de crase).

            

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ADVOGADO-SLU-FUNDEP-2012

Olá, alunos queridos!

Com a aproximação do concurso do MPE/MG, com provas aplicadas pela FUNDEP, os pedidos por dicas voltadas a essa banca têm crescido.

Não pude trazer muita coisa neste post, mas aí vão meus comentários a 3 questões da prova de advogado do concurso da SLU (Belo Horizonte), que a FUNDEP aplicou em 2012.

Apesar do tempo curto, prometo que vou postar mais dicas para a FUNDEP!

 

Questão 01:

Assinale a alternativa em que a forma verbal sublinhada NÃO se encontra no infinitivo.

A)  “Do metrô você não pode nem tirar foto.” (linhas 87-88)

B)  “Então tenho que penalizá-lo e de alguma forma cobrar por esse impacto.” (linhas 56- 57)

C)  “[…] o imposto que é pago por você dá o direito a alternativas de ir e vir ao usuário.” (linhas 57-58)

D)  “Se você pegar as linhas de deslocamentos de pessoas em Belo Horizonte […]” (linha 78)

Resposta: Letra D.

No geral, quando uma prova exige do candidato que ele indique o verbo que se encontra ou não se encontra no infinitivo, ela trabalha com dois principais pontos:

1) Colocar um verbo regular no futuro do subjuntivo, pois ele fica igual ao infinitivo! Para não cair nessa, procure uma conjunção subordinativa antes do verbo. Se a conjunção estiver lá, você tem um sinal de que o verbo não está no infinitivo! Vejamos um exemplo:

 

a) Esta música é difícil de cantar.

b) Se ela cantar esta música, vai emocionar a plateia.

 

O verbo cantar aparece, acima, uma vez no infinitivo e outra no futuro do subjuntivo. Como diferenciar um do outro? Procure a conjunção. Veja que na letra B temos a conjunção subordinativa SE, o que indica que cantar está no futuro do subjuntivo. Na letra A, todavia, não há conjunção. O que está antes do verbo é uma preposição. Logo, trata-se do infinitivo.

Com isso já dá para achar a resposta da questão, pois a letra D apresenta a conjunção SE antes do verbo pegar.

2) A outra pegadinha comum desse tipo de questão é colocar o verbo no infinitivo seguido dos pronomes oblíquos o, a, os, as. Isso porque, quando um verbo terminado em R (ou S e Z) for seguido de um daqueles pronomes, nós devemos eliminar o R (ou S e Z) final da forma verbal e acrescentar um L no pronome. Assim, o resultado de CANTAR + A, por exemplo, é CANTÁ-LA. Um candidato menos preparado ou nervoso além da conta pode ver isso aí escrito e nem perceber que está diante de um verbo no infinitivo. Mas os leitores do blog viram aqui e não caem mais nessa! =)

Sabendo (e lembrando) esses dois detalhes, questões como essa ficam fáceis!

 

Questão 02:

Desconsideradas as alterações de sentido e as adaptações necessárias, assinale a alternativa em que o verbo NÃO foi utilizado corretamente no plural.

A)  “[…] a construção de um metrô bem planejado e eficiente, que dê alternativa ao cidadão.” (linhas 9-10)
[…]

a construção de linhas de metrô bem planejadas e eficientes, que deem alternativa ao cidadão.

B)  “O recado advém do engenheiro […]” (linha 2)

Os recados advêm do engenheiro […]

C)  “O recado advém do engenheiro […], que prevê que em seis anos Belo Horizonte […]” (linhas 2-4)

O recado advém de engenheiros que preveem que em seis anos Belo Horizonte […]

D)  “Tenho que prover o sistema com essas alternativas todas […]” (linhas 59-60)

Os administradores nem sempre provêm o sistema com essas alternativas todas.

Resposta: Letra D

O que pode causar dúvida aqui é a conjugação de alguns verbos um pouquinho complicados. Para resolvê-la, lembre-se do seguinte:

O verbo VIR, na 3a do singular, não leva acento: ele VEM; na 3a do plural, por sua vez, leva acento circunflexo: eles VÊM. Trata-se de um acento diferencial. Quando falamos dos verbos derivados de VIR (e o mesmo acontece com TEM e seus derivados), a 3a do singular receberá acento AGUDO (O recado advém) e a 3a do plural receberá, o próprio verbo primitivo, o CIRCUNFLEXO (OS recados advêm).

O verbo DAR, no presente do subjuntivo, assume a forma “que ele DÊ”, quando conjugado na 3a do singular, e “que eles DEEM”, quando na 3a do plural.

O mesmo acontece com o verbo VER no presente do indicativo: ele VÊ; eles VEEM. Os derivados de VER seguem a mesma regra que ele: ele PREVÊ; eles PREVEEM.

ATENÇÃO: com a reforma ortográfica, os hiatos com EE e OO repetidos perderam o acento circunflexo!

O verbo PROVER deriva do verbo VER, e não de “vir”. Então, quando você for passar “ele PROVÊ” para o plural, deverá usar “eles PROVEEM”. (Obs.: apesar de derivar do verbo “ver”, o verbo “prover” é um pouquinho diferente dele. Para comparar a conjugação dos dois verbos, sugiro uma visitinha ao site www.conjuga-me.net.

Sendo assim, a letra D é a resposta!

 

Questão 03:

“Acho que BH está solucionando seus problemas relacionados à Copa […]” (linhas 98-99)

Assinale a alternativa em que se mantêm a forma, o tempo e o modo verbais na redação na voz passiva do trecho acima.

A)  Acho que BH tem solucionado seus problemas relacionados à Copa […]

B)  Acho que os problemas de BH relacionados à Copa deverão estar solucionados […]

C)  Acho que os problemas de BH relacionados à Copa estão sendo solucionados […]

D)  Acho que os problemas de BH relacionados à Copa vão ser solucionados […]

Resposta: Letra C.

Pessoas, na hora de passar para a voz passiva uma locução verbal que contenha um gerúndio, lembre-se disto: o verbo que está no gerúndio, que é o principal da locução, irá para o particípio (concordando em gênero e número com o sujeito paciente, que é o OD da voz ativa). O verbo auxiliar (geralmente ser ou estar), entrará no meio da locução verbal no gerúndio. O verbo auxiliar da voz ativa permanecerá no mesmo tempo e no mesmo modo, sofrendo apenas alterações de concordância, se necessárias.

Vejamos:

“BH está solucionando seus problemas”

  • “BH” é o sujeito da voz ativa. Logo, vai se tornar o agente da passiva;
  • “Seus problemas” é o OD da voz ativa. Logo, vai se tornar o sujeito paciente da passiva;
  • “Solucionando”: vai para o particípio concordando com o seu novo sujeito (seus problemas) e passa a ser SOLUCIONADOS;
  • “Está”: mantém-se no mesmo tempo e no mesmo modo, passando a concordar com o seu novo sujeito (seus problemas). Torna-se ESTÃO (presente do indicativo, agora na 3a pessoa do plural);
  • Verbo auxiliar “ser”: será inserido entre o “estão” e o “solucionados”. Deverá ser usado no gerúndio, para manter a noção de continuidade da ação. SENDO.

 

Resultado: “Seus problemas ESTÃO SENDO SOLUCIONADOS.”

Espero que tenham gostado! Logo retorno com mais questões ou dicas para a FUNDEP!

 

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Recursos – prova de Assistente em Administração – UFMG 2012

Olá, pessoas!

Respondendo aos apelos de alguns alunos, vou postar aqui a análise de algumas questões da prova do concurso da UFMG, que aconteceu no último fim de semana. Como estou um pouco corrido, vou postando ao longo do dia. Não é para fazer mistério, não! É correria, mesmo! rs

Seguem o texto e as observações quanto às questões:

Prova de amor

Muitas vezes, coisas óbvias deixam de ser óbvias quando não são mais lembradas. É o que está acontecendo com a questão da Aids.

No início da epidemia do vírus, há 30 anos, as campanhas sobre a prevenção da doença traziam mensagens de medo, fazendo uma ligação entre sexualidade e morte. Elas mais desinformavam que educavam. A partir daí, as campanhas passaram a combater a ideia do medo de forma educativa.

Em 1985, uma novidade: a Aids já não era mais relacionada aos grupos de risco e as campanhas apresentavam a síndrome como doença complexa e sem cura. Não era uma mensagem de terror, mas uma campanha acirrada com informações sobre prevenção e o perigo da doença.

Com a diminuição no número de infectados nos últimos anos, as campanhas se tornaram menos frequentes e adotaram um tom mais brando. Por isso, diferentemente do que ocorria no início da epidemia, a geração que hoje tem menos de 30 anos pode até ter ouvido falar, mas não tem o susto das gerações anteriores. A geração de hoje não viveu a luta contra a Aids.

Dados divulgados nesta semana mostram que houve um aumento no número de homens gays, jovens, com HIV. A campanha lançada pelo governo federal tem como principal alvo esse grupo, que tem 13 vezes mais chances de estar infectado pelo HIV do que jovens em geral. É preciso saber com clareza os motivos pelos quais eles não utilizam preservativo, o que levou ao aumento da presença do vírus.

Provavelmente esse comportamento de risco é facilitado pela utilização do mecanismo de negação, ajudado pela falta de campanhas e pela banalização da doença, que hoje é crônica. Dos jovens entre 15 e 24 anos, 95% sabem que a melhor forma de prevenir o HIV é usando camisinha. Entretanto, no ano passado, só no Estado de São Paulo, a Aids matou quase nove pessoas por dia.

Não podemos correr o perigo de voltar a estigmatizar os homossexuais como grupo de risco. Uma pesquisa feita com paulistanos (“Saúde”, 1o/12) mostrou que 20% da população acredita que homossexuais e prostitutas são os únicos com risco de contrair o vírus HIV. As pessoas acham que não são vulneráveis.

Uma campanha eficaz é aquela que diz que não existe milagre fora da prevenção. Como educadora que fui nessa área, sei que, sem educação sexual nas escolas, a propaganda só é parcialmente efetiva.

A jovem que na época do “TV Mulher”, 30 anos atrás, ficava atordoada com a “prova de amor” exigida enfrenta hoje o mesmo problema. A diferença é que antes a prova era a virgindade, hoje é o sexo sem camisinha.

O combate à Aids tem que ser em todos os campos, de todas as formas, se quisermos realmente acabar com essa doença.

SUPLICY, Marta. Folha de São Paulo, 03 dez. 2012, p. 2.

 

 

2) Gabarito oficial preliminar: letra B

 

QUESTÃO 02

A causa do aumento do número de infectados nos últimos tempos em nosso país advém

A)  da crença de que o vírus da Aids somente atinge a população masculina homossexual.

B)  da ignorância de que o vírus da Aids é evitável quando se usa camisinha.

C)  da incerteza originada em relação aos tratamentos médicos das pessoas infectadas pela Aids.

D)  da percepção da infecção pelo vírus da Aids como uma condição crônica.

Letra B (gabarito preliminar oficial): considerando as informações trazidas pelo texto, não se pode admitir que o gabarito da questão seja a letra B. Tal alternativa afirma que a causa de aumento do número de infectados pelo HIV nos últimos tempos advém “da ignorância de que o vírus da Aids é evitável quando se usa a camisinha”. O próprio texto, todavia, diz o contrário:

“Dos jovens entre 15 e 24 anos, 95% sabem que a melhor forma de prevenir o HIV é usando camisinha.” (§ 6o)

É certo que essa informação restringe-se ao grupo dos jovens entre 15 e 24 anos. Não há, porém, no texto, nenhuma outra passagem que trate da questão de conhecer ou não a possibilidade de prevenir a infecção pelo vírus por meio do uso da camisinha.

Letra A: não se pode afirmar, com base no texto, que exista uma crença de que o HIV somente atinja a população homossexual masculina. O que o texto menciona é que 20% (apenas 1/5 do total) da população paulistana (não há dados de âmbito nacional, e o enunciado questiona sobre o aumento da infecção “em nosso país”) acredita que somente homossexuais (a informação do texto não se restringe aos masculinos) e prostitutas).

Letra C: também não pode servir de resposta à questão. O texto sequer aborda os resultados dos tratamentos.

Letra D (única alternativa viável): conforme se depreende do 6o parágrafo do texto, o comportamento de risco consistente em fazer sexo sem preservativo, que aumenta as taxas de infecção, pode advir da percepção de que a Aids é uma doença crônica. Vejamos:

Provavelmente esse comportamento de risco é facilitado pela utilização do mecanismo de negação, ajudado pela falta de campanhas e pela banalização da doença, que hoje é crônica. Dos jovens entre 15 e 24 anos, 95% sabem que a melhor forma de prevenir o HIV é usando camisinha. Entretanto, no ano passado, só no Estado de São Paulo, a Aids matou quase nove pessoas por dia.

QUESTÃO 03

As seguintes afirmativas podem ser confirmadas por meio da leitura do texto, EXCETO:

A)  A estigmatização dos homossexuais masculinos como grupo de risco na contaminação do vírus da Aids constituiu-se como uma consequência causada pela disseminação de informações incorretas.

B)  Com a divulgação dos primeiros casos de infecção pelo vírus da Aids, as mensagens sobre esse vírus enfatizavam a informação, com a finalidade de superar o medo da contaminação.

C)  As campanhas de prevenção têm se mostrado profícuas ao longo dos anos no tocante à contenção da contaminação pelo vírus da Aids, notadamente na última década.

D)  As mensagens sobre a contaminação com o vírus da Aids, há 30 anos, ao invés de trazerem informações esclarecedoras sobre as formas de prevenção, criavam visão distorcida da realidade.

 

Gabarito oficial preliminar: letra C

Letra A: de certo modo, pode-se dizer que, conforme o texto, homossexuais (não somente masculinos, assim como prostitutas) são considerados, por alguns (20% da população paulistana) como os únicos susceptíveis à infecção pelo HIV. Todavia, o texto não trata diretamente de informações incorretas que teriam sido responsáveis pela estigmatização dos homossexuais masculinos. Essta alternativa pode ser confirmada mais pelo conhecimento “de mundo” do candidato do que pela leitura do texto. Aceitá-la como de acordo com o texto é uma interpretação bem forçada, ainda que ela possa ser correspondente à realidade. Não me parece adequado dizer que o que se afirma nesta alternativa esteja de acordo com o texto.

Letra B: impossível confirmar o conteúdo da alternativa B por meio da leitura do texto. O que Marta Suplicy diz, logo no 2o parágrafo, é justamente o contrário disso: as mensagens eram de medo e geravam desinformação. Vejamos:

No início da epidemia do vírus, há 30 anos, as campanhas sobre a prevenção da doença traziam mensagens de medo, fazendo uma ligação entre sexualidade e morte. Elas mais desinformavam que educavam. A partir daí, as campanhas passaram a combater a ideia do medo de forma educativa.

Letra C: segundo o Houaiss, “profícuo” significa “que dá proveito; de que resulta o que se esperava; frutífero, lucrativo, útil, proficiente”.

De acordo com o 4o parágrafo do texto, os últimos anos viram uma queda no número de infectados. Sendo assim, pode-se considerar que as campanhas fora, sim, profícuas.

O único aumento no número de infecções, conforme o texto, deu-se somente dentro do grupo dos jovens homossexuais masculinos. Logo, apesar de ter havido aumento em um grupo específico, não se pode dizer que, no geral, as contaminações aumentaram. Pelo contrário, o texto corrobora a conclusão contrária, como se vê pelo 4o parágrafo:

Com a diminuição no número de infectados nos últimos anos, as campanhas se tornaram menos frequentes e adotaram um tom mais brando. Por isso, diferentemente do que ocorria no início da epidemia, a geração que hoje tem menos de 30 anos pode até ter ouvido falar, mas não tem o susto das gerações anteriores. A geração de hoje não viveu a luta contra a Aids.

 

Letra D: não encontra suporte no texto. Realmente, as campanhas não traziam informação útil. Em vez disso, criavam medo. Todavia, “criar medo” não é sinônimo de “criar visão distorcida da realidade”.  Distorcer é alterar, e optar por amedrontar a população no lugar de informá-la não significa uma alteração, mas sim a opção por uma dentre possíveis abordagens.

Na minha opinião, então, a alternativa que a banca examinadora considera a única que não encontra apoio no texto é, justamente, o contrário: aquela que pode ser confirmada pelo texto.

 

QUESTÃO 13

A UFMG necessita enviar uma correspondência ao Governador do Estado do Piauí, No endereçamento, qual seria o pronome de tratamento adequado para esta autoridade?

A)  Ilustríssimo Senhor.

B)  Vossa Excelência.

C)  Excelentíssimo Senhor.

D)  Vossa Senhoria.

Gabarito preliminar oficial: letra C

Conforme o Manual de Redação da Presidência da República:

  • O pronome de tratamento adequado para se dirigir a Governador de Estado é Vossa Excelência;
  • Sendo assim, o pronome de tratamento adequado para se falar a alguém de um Governador de Estado é Sua Excelência;
  • Excelentíssimo Senhor é vocativo adequado para se dirigir aos Chefes de Poder (Presidente da República, Presidente do Congresso Nacional e Presidente do Senado, Presidentes de Tribunais Superiores…);
  • O vocativo reservado às demais autoridades é Senhor. Inclusive, o próprio Manual de Redação da Presidência da República dá, como exemplo de aplicação, “Senhor Governador”;
  • Ainda segundo o referido Manual, no envelope, o endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por Vossa Excelência (entre as quais está o Governador de Estado), será feito assim: A Sua Excelência o Senhor.

A conclusão a que chegamos é a seguinte: a questão 13 não tem resposta.

Se precisarem de mais análises, mandem as perguntas nos comentários. Se houver tempo, responderei.

Boa sorte a todos!

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“Corrão” para as montanhas!

Olá, pessoal!

Finalmente faço o segundo post da série “flagras”.

Hoje estava dando uma volta pela Av. do Contorno, na altura do bairro Santa Efigênia, aqui em Belo Horizonte, quando vi a placa (melhor dizendo, um cartazinho) que inspirou o título, digamos, estilizado ali de cima. Deem uma olhadinha no anúncio:

 

 

Além do mulheres não “pagão”, o que era para ser em frente virou “enfrente”.

Que confusão!

 

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Colocação pronominal em tempos simples

Olá, pessoas!

O tema de hoje é colocação pronominal nos tempos simples (aqueles que apresentam somente um verbo). Vamos lá?

Em primeiro lugar, é importante saber que, quando falamos de colocação pronominal, analisamos a posição dos pronomes oblíquos átonos em relação ao verbo. Trata-se, então, de saber se

O, a, os, as, no, nas, nos, nas, lo, la, los, las

Me, te, se, nos, vos

Lhe, lhes

Virão ANTES do verbo, em PRÓCLISE;

Virão INTERCALADOS ao verbo, em MESÓCLISE;

Virão DEPOIS do verbo, em ÊNCLISE.

Para começar, lembre-se sempre de que:

1. É PROIBIDO colocar pronome oblíquo átono em início de período.

Me cansei de esperar que a internet funcionasse.

Cansei-me de esperar que a internet funcionasse.

2. É PROIBIDO colocar pronome oblíquo átono depois de verbos nos futuros do presente e do pretérito, ambos do indicativo.

Ajudaria-me, se pudesse.

Ajudar-me-ia, se pudesse.

 

Eu mandarei-te as respostas.

Eu te mandarei as respostas.

 

3. É PROIBIDO colocar pronome oblíquo átono depois de verbos no particípio.

Tinha enviado-nos flores.

Tinha nos enviado flores.

 

Vejamos, agora, os casos obrigatórios de próclise, mesóclise e ênclise:

CASOS OBRIGATÓRIOS de PRÓCLISE

1. Com palavras atrativas antes dos verbos.

São palavras atrativas:

a) Aquelas de sentido negativo (não, nunca, ninguém, jamais etc.)

–> Não me lembrei de fazer o trabalho da faculdade.

b) Advérbios curtos que não se separam do verbo por vírgula (tais como hoje, ontem, já, agora etc.)

–>Sempre te queixas sem razão.

c) Pronomes relativos (quem, quem, o qual, a qual…)

–> As mulheres que se preparam disputam vagas de trabalho com os homens.

d) Pronomes indefinidos substantivos (algum, nenhum, cada, alguém, ninguém etc.)

–> Alguém o levou ao hospital, mas não estou certo de quem foi.

e) Pronomes demonstrativos substantivos (este, esse, isto, aquele etc.)

–> Aqueles vos mandaram lembranças.

f) Conjunções subordinativas…

… integrantes (que e se).

–> É importante que se tomem medidas contra a inflação.

… adverbiais (se, caso, quando…)

–> Caso se dediquem aos estudos, obterão sucesso.

2. Na estrutura preposição EM + pronome + gerúndio

“… em se plantando, tudo dá…” ( Pero Vaz de Caminha).

3. Com infinitivo pessoal preposicionado

Ao te aproximares, grita que virei ao teu encontro.

4. Em orações interrogativas que comecem com pronomes ou advérbios interrogativos

Onde te estabeleceste?

Quem me procurou ontem?

5. Em orações optativas (que exprimem desejo)

Nossa Senhora o acompanhe!

Bons ventos o levem!

 

6. Em orações exclamativas

Macacos me mordam!

CASOS OBRIGATÓRIOS de MESÓCLISE

A mesóclise ocorre somente com verbos nos futuros do indicativo (do presente e do pretérito) e somente será obrigatória quando verbos flexionados em tais tempos vierem no início da frase, pois nesse caso a próclise será proibida.

Dúvidas quanto a tempos e modos verbais? Clique AQUI e veja o post sobre o assunto.

Veja a frase com um verbo no futuro do presente do indicativo:

Te darei um presente. (Próclise proibida, pois não se pode começar frase com pronome oblíquo átono).

Darei-te um presente. (Ênclise proibida, pois não se pode colocar pronome oblíquo átono depois de futuros do indicativo).

Dar-te-ei um presente. (Frase correta e única opção para este caso).

Agora com um verbo no futuro do pretérito:

Dar-te-ia um presente, se hoje fosse teu aniversário. (Assim como no caso acima, trata-se da única opção viável).

Se houvesse alguma palavra, deste que não atrativa, antes do verbo, poderíamos escolher entre próclise e mesóclise. Todavia, em situações assim devemos dar preferência à próclise, pois a mesóclise é uma construção já arcaica e que confere um ar de “rebuscamento” desnecessário ao texto.

Eu te daria um presente… (preferível).

Eu dar-te-ia um presente…

 

CASOS OBRIGATÓRIOS de ÊNCLISE

1. Quando o verbo inicia a frase, desde que ele não esteja flexionado em algum dos futuros do indicativo (do presente e do pretérito) e nem no particípio

Faz-me mal ouvir esse tipo de coisa.

Enviei-lhe o novo catálogo de produtos.

2. Com gerúndio não precedido de preposição

Sabe aqueles vários vestidos? Depois do término do namoro, ela se animou comprando-os.

 

3. Com verbos no imperativo afirmativo

Por favor, mande-me aquele documento.

4. após advérbio seguido de vírgula

Hoje, faz-se muita coisa prejudicial ao meio-ambiente.

ATENÇÃO: o uso de verbos no infinitivo impessoal (aquele não flexionado, que se apresente em sua forma natural, como andar, correr, sentir) faz com que tanto a próclise quanto a ênclise sejam possíveis, ainda que haja palavra negativa antes do verbo. Vejamos:

É melhor não o desapontar.

É melhor não desapontá-lo.

Fiquemos por aqui, com uma última observação: quando usamos os pronomes pessoais oblíquos O, A, OS, AS…

… em ênclise com verbos terminados em R, S ou Z: deve-se eliminar o R, S ou Z do fim do verbo e acrescentar um L ao pronome enclítico:

Fazer + a = fazê-lo

Fiz + o = fi-lo

 

… em ênclise com verbos terminados em som nasal: deve-se acrescentar a letra N ao pronome enclítico:

Compraram + os = compraram-nos.

Põe + as = põe-na.

 

Abraços, pessoas! E até a próxima!

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Sugestão de Programa de TV

Olá, alunos e visitantes queridos!

Hoje venho trazer a vocês uma sugestão: o pessoal da Foka Vídeos, produtora de Belo Horizonte, tem trabalhado em uma série de pequenos programas de TV chamada “Essa nossa língua”. Nela são abordados temas relacionados à formação da Língua Portuguesa e às variações que ela apresenta nos lugares onde é falada.

O programa, que é super caprichado e interessante, pode ser visto no canal BH News e no Youtube.

Posto para vocês, logo abaixo, o link para o episódio do qual eu participei, como convidado. Aproveitem e conheçam, também, o site da produtora Foka Vídeos!

Assista ao vídeo no Youtube (episódio 2 do programa):

Link para o site da Foka Vídeos: http://www.fokavideos.com.br/

Abraços!

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Conjugação Verbal – verbos regulares

Saudações, alunos!

Hoje é dia de tratarmos de um tema muito importante: conjugação verbal!

Esse é um tema que mete medo nos alunos, mas peço a vocês calma, pois não é tão difícil quanto parece!

Vamos começar com uma informação básica, porém importante: a definição do que são verbos de 1a, 2ª e 3a conjugações.

1a conjugação: verbos terminados em AR (cantar, falar, rezar)

2a conjugação: verbos terminados em ER e em OR (bater, crer, pôr, repor)

3a conjugação: verbos terminados em IR (partir, cumprir, sorrir)

Outro lembrete: os verbos podem ser regulares, irregulares ou anômalos. Não vamos nos demorar nessas definições, mas vale explicar que…

…verbos regulares são aqueles que não sofrem, na conjugação, alterações no radical (amar: eu amo, tu amas, ele ama, nós amamos, vós amais, eles amam, por exemplo).

… verbos irregulares são aqueles que apresentam alteração do radical, na conjugação (medir: eu meço, tu medes, ele mede, nós medimos, vós medis, eles medem)

… verbos anômalos são os que possuem mais de um radical e, por isso, ficam bem variados na hora da conjugação (ser: no presente do indicativo, para primeira pessoa do singular, temos eu sou; no pretérito perfeito do indicativo, eu fui; para o futuro do presente, eu serei…)

No post de hoje, trabalharemos somente com verbos regulares. Depois que aprendermos a conjugá-los, poderemos passar aos irregulares e aos anômalos, que são mais complexos.

Tempos primitivos e tempos derivados

 

Partamos do seguinte pressuposto: alguns tempos verbais originam-se de outros. Estes são chamados de tempos primitivos, enquanto aqueles recebem o nome de tempos derivados.

O presente do indicativo é um tempo primitivo. Dele derivam, diretamente, o presente do subjuntivo e as segundas pessoas (tu e vós) do imperativo afirmativo. Indiretamente, o presente do subjuntivo será utilizado para que se criem as demais pessoas do imperativo afirmativo e todo o imperativo negativo.

 

O pretérito perfeito do indicativo dará origem ao pretérito mais-que-perfeito do indicativo, ao pretérito imperfeito do subjuntivo e ao futuro do subjuntivo.

O infinitivo, por sua vez, é usado como base para que se obtenham o futuro do presente do indicativo, o futuro do pretérito do indicativo e o pretérito imperfeito do indicativo.

 

Veja a tabela:

Tempos primitivos Tempos derivados
Presente do indicativo Presente do subjuntivo Imperativo negativo (todo)
Imperativo afirmativo (exceto 2as pessoas)
2as pessoas do imperativo afirmativo
Pretérito perfeito do indicativo Pretérito MQP do indicativo
Pretérito imperfeito do subjuntivo
Futuro do subjuntivo
Infinitivo impessoal Fut. do pres. do indicativo
Fut. do  prét. do indicativo
Prét. imperfeito do indicativo

Usaremos os verbos cantar, bater e partir, três verbos regulares, um de cada conjugação.

1) Tempos derivados do presente do indicativo

 

Antes de mais nada, vejamos os verbos acima conjugados no presente do indicativo.

Pres. indicativo

Eu

Canto

Bato

Parto

Tu

Cantas

Bates

Partes

Ele

Canta

Bate

Parte

Nós

Cantamos

Batemos

Partimos

Vós

Cantais

Bateis

Partis

Eles

Cantam

Batem

Partem

Como obter o presente do subjuntivo a partir do presente do indicativo:

 

Passo 01: selecione a primeira pessoa do singular do presente do indicativo dos verbos e subtraia a letra “o” do final:

CANTO                                                BATO                                                  PARTO

Assim, obteremos as bases dos verbos: cant-, bat- e part-.

Passo 02: se o verbo for de 1a conjugação, acrescente a letra “e” à base. Se o verbo for de 2a ou 3a conjugação, acrescente a letra “a” à base. Essas letras acrescentadas funcionarão como desinência modo-temporal dos verbos, ou seja, serão os morfemas que indicarão em qual te em qual empo e modo eles estão conjugados. Depois da desinência modo-temporal, acrescente a desinência número-pessoal quando for o caso.

Como sabemos, o verbo conjugado em algum dos tempos do modo subjuntivo será precedido de conjunção. Usaremos, aqui, a conjunção “que”.

Cantar Bater Partir
Que eu Cante Bata Parta
Que tu Cantes Batas Partas
Que ele Cante Bata Parta
Que nós Cantemos Batamos Partamos
Que vós Canteis Batais Partais
Que eles Cantem Batam Partam

Em negrito: desinência modo-temporal; em itálico: desinência número-pessoal

Fácil, não é?

A partir do presente do subjuntivo obtém-se o imperativo negativo. Basta colocar o “não” antes do verbo. Utilizemos o verbo “cantar” como exemplo, lembrando que não há primeira pessoa do singular (eu) quando conjugamos um verbo no imperativo.

Imperativo negativo do verbo CANTAR:

 

Não cantes tu     (2a singular)

Não cante você  (3a singular)*

Não cantemos nós  (1a plural)

Não canteis vós (2a plural)

Não cantem vocês (3a plural)*

* Atenção: as formas imperativas das terceiras pessoas do singular e do plural são utilizadas para se referir às segundas pessoas (com quem se fala). Os verbos ficam na 3a pessoa para concordar com o pronome pessoal de tratamento que, usualmente, é utilizado nesses casos (você e vocês).

Como obter o imperativo afirmativo:

Diferentemente do imperativo negativo, o afirmativo não deriva completamente do presente do subjuntivo. Para conseguir o imperativo afirmativo, deve-se fazer o seguinte:

  • ignore a 1a pessoa do singular (eu);
  • a 2a pessoa do singular e a do plural (tu e vós) vêm diretamente do presente do indicativo, retirando-se, das formas verbais a elas correspondentes, a letra S final;
  • as demais pessoas do imperativo afirmativo vêm do presente do subjuntivo, sem modificação.

QUADRO!

Presente do indicativo

Imperativo afirmativo

Presente do subjuntivo

Eu canto —————————-

Que eu cante

Tu cantas –>

Canta tu

Que tu cantes

Ele canta

Cante você

<–  Que ele cante

Nós cantamos

Cantemos nós

<–  Que nós cantemos

Vós cantais –>

Cantai vós

Que vós canteis

Eles cantam

Cantem vocês

<–  Que eles cantem

 

2) Tempos derivados do pretérito perfeito do indicativo

Vencida a primeira etapa, passemos agora para os tempos que derivam do pretérito perfeito do indicativo, tempo no qual nossos três verbos estão conjugados abaixo:

 

 

Pret. Perf. do indicativo

Eu

Cantei

Bati

Parti

Tu

Cantaste

Bateste

Partiste

Ele

Cantou

Bateu

Partiu

Nós

Cantamos

Batemos

Partimos

Vós

Cantastes

Batestes

Partistes

Eles

Cantaram

Bateram

Partiram

 

Utilizaremos, nesta etapa, a 3a pessoa do plural dos verbos conjugados no pretérito perfeito do indicativo. Subtraia dela a terminação RAM:

CANTARAM                                        BATERAM                               PARTIRAM

 

Assim, temos as bases canta-, bate- e parti-.

Como obter o pretérito mais-que-perfeito do indicativo:

 

Utilize a base do verbo e acrescente, logo após, a desinência modo-temporal RA (para as pessoas em geral) e RE (para a 2a pessoa do plural – vós). Depois da desinência modo-temporal, acrescente a número-pessoal, quando necessário:

Eu Cantara Batera Partira
Tu Cantaras Bateras Partiras
Ele Cantara Batera Partira
Nós Cantáramos Batêramos Partíramos
Vós Cantáreis Batêreis Partíreis
Eles Cantaram Bateram Partiram

Em negrito: desinências modo-temporais; em itálico: desinências número-pessoais.

Como obter o imperfeito do subjuntivo:

Basta usar a base + SSE (desinência modo-temporal) + desinência número-pessoal (quando necessário). Abaixo, um exemplo com o verbo BATER (lembre-se: como o verbo está conjugado num tempo do subjuntivo, há uma conjunção antes dele!):

Se eu

Batesse

Se tu

Batesses

Se ele

Batesse

Se nós

Batêssemos

Se vós

Batêsseis

Se eles

Batessem

Em negrito: desinências modo-temporais; em itálico: desinências número-pessoais.

Como obter o futuro do subjuntivo:

 

Bastar usar a base + R (desinência modo-temporal) + desinência número pessoal (quando necessário). Vejamos o exemplo como verbo PARTIR:

Quando eu

Partir

Quando tu

Partires

Quando ele

Partir

Quando nós

Partirmos

Quando vós

Partirdes

Quando eles

Partirem

Em negrito: desinências modo-temporais; em itálico: desinências número-pessoais.

 

ATENÇÃO!

 

A frase “o que acontecerá se o governo não propor um acordo?” está correta?

E “se eu ver seu irmão, darei seu recado?”

Resposta: as duas frases apresentam incorreção. As formas verbais propor e ver, da maneira como foram usadas acima, estão no futuro do subjuntivo (note a conjunção “se” antes delas). Sendo assim, deverão ser obtidas a partir da base correta, que é a 3a pessoa do plural do verbo conjugado no pretérito perfeito do indicativo. PROPOR: propuseram – RAM = propuse; VER: viram – RAM = vi. Então vejamos:

Futuro do subjuntivo

Propor Ver
Se eu Propuser Vir
Se tu Propuseres Vires
Se ele Propuser Virem
Se nós Propusermos Virmos
Se vós Propuserdes Virdes
Se eles Propuserem Virem

Então, pessoas, cuidado na hora de usar os verbos pôr e ver (e o vir também), bem como seus derivados, no futuro do subjuntivo!

3) Tempos derivados do infinitivo

 

Nesse caso, usam-se a formas do infinitivo impessoal (os nossos exemplos: CANTAR, BATER, PARTIR) – R ou – (vogal + R). Assim, encontra-se a base.

Como obter o pretérito imperfeito do indicativo

 

Verbos de 1a conjugação: base + VA (para as pessoas em geral) e VE (para vós)

Verbos de 2a ou 3a conjugações: base + IA (geral) e IE (vós) ou NHA (geral) e NHE (vós)

Acrescenta-se, após, a desinência número-pessoal, quando houver.

Exemplos (em vez do verbo “bater”,  colocamos o verbo “ter”. Assim exemplificamos todas as possibilidades de desinência modo-temporal:

Eu

Cantava

Partia

Tinha

Tu

Cantavas

Partias

Tinhas

Ele

Cantava

Partia

Tinha

Nós

Cantávamos

Partíamos

nhamos

Vós

Cantáveis

Partíeis

nheis

Eles

Cantavam

Partiam

Tinham

BASE usada

Inf – R

CANTA

Inf – (vogal + R)

PART

Verbo irregular – modificação do radical

Em negrito: desinências modo-temporais; em itálico: desinências número-pessoais.

 

Como obter o futuro do presente

 

BASE + REI RÁS REMOS REIS RÃO
  Eu Tu Ele Nós Vós Eles

 

Fut. Pres. Indicativo

Eu

Cantarei

Baterei

Partirei

Tu

Cantas

Bates

Partis

Ele

Canta

Bate

Parti

Nós

Cantaremos

Bateremos

Partiremos

Vós

Cantareis

Batereis

Partireis

Eles

Cantao

Bateo

Partio

Em negrito: desinências modo-temporais; em itálico: desinências número-pessoais.

Como obter o futuro do pretérito

 

BASE + RIA RIAS RIA RÍAMOS RÍEIS RIAM
  Eu Tu Ele Nós Vós Eles

 

Fut. Pres. Indicativo

Eu

Cantaria

Bateria

Partiria

Tu

Cantarias

Baterias

Partirias

Ele

Cantaria

Bateria

Partiria

Nós

Cantaríamos

Bateríamos

Partiríamos

Vós

Cantaríeis

Bateríeis

Partiríeis

Eles

Cantariam

Bateriam

Partiriam

Em negrito: desinências modo-temporais; em itálico: desinências número-pessoais.

 

Tempos compostos

 

Pessoas,

Além dos tempos simples, temos que nos lembrar dos tempos compostos.

A formação dos tempos compostos se dá com a combinação de um verbo auxiliar (ter ou haver) conjugado com o particípio do verbo auxiliar.

Podemos tomar como exemplo:

Ele tinha feito um bom trabalho.

Se você tivesse comprado aquele carro…

Se ele pudesse, haveria comprado um presente melhor.

Abaixo, uma tabela com os tempos compostos:

 

Do indicativo

Do subjuntivo

Pretérito perfeito

Pres. do ind. + particípio

Tenho batido

Pres. do subj. + partícipio

Tenha batido

Pretérito MQP

Pret. Imperf. do ind. + Particípio

Tinha batido

Imperfeito do subj. + particípio

Tivesse batido

Futuro do presente

Fut. do pres. do ind. + particípio

Terei batido

Fut. do subjuntivo + particípio

Tiver batido

Futuro do pretérito

Fut. do pretérito do ind. + particípio

Teria batido

Espero que as explicações deste post tenham sido úteis!

Nós estudamos, aqui, basicamente só os verbos regulares. O melhor é começar assim e, depois de já compreendida a parte inicial, encarar as peculiaridades dos verbos irregulares e anômalos.

Fonte: para elaborar este post, foram-me muito úteis os conhecimentos adquiridos nas aulas da professora Flávia Rita, durantes as leituras da Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla (da Companhia Editora Nacional), e por meio de muitos estudos usando diversos materiais e provas passadas de concurso!

Abraços para todos vocês!

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