Portal do Português

Site dedicado ao estudo e ao ensino da Língua Portuguesa para concursos públicos.

FCC – TRE – Paraná 2012 (nível médio)

Olá, pessoas concurseiras!
Hoje vou postar uma questão que uma amiga, a Fernanda, me mandou por email. Achei muito boa, pois ela cobra a regência do verbo APONTAR de uma forma que a gente não tem costume de usar.
Deem uma olhada!
A vasta reflexão dos pensadores, dos poetas e cientistas sobre o estatuto do tempo e seu entendimentoaponta para uma complexidade …
Nas frases seguintes, considere o emprego do verbo grifado acima: 
I. O assessor encarregado pelo Ministro de analisar o processo apontou-lhe as dificuldades em conseguir um acordo satisfatório entre as partes. 
II. O desempenho de um dos membros do Conselho Administrativo levou os demais a apontarem-no, de forma unânime, para dirigir a empresa. 
III. O Presidente, diante da insatisfação gerada por medidas impopulares, apontou à frente dos manifestantes, tentando acalmar os ânimos. 
Está correta a regência do verbo apontar em  
(A)  II, apenas. 
(B)  I e II, apenas. 
(C)  II e III, apenas. 
(D)  I e III, apenas. 
(E)  I, II e III.
Resposta:
I. Utilizado no sentido de “mostrar algo a alguém”, “apontar com o dedo”, o verbo APONTAR é bitransitivo e utilizado tal qual na frase acima. “Lhe” é OI e “as dificuldades” é OD. A frase está correta.
II. No sentido de “indicar para cargo ou função”, o verbo APONTAR é VTD. Logo, “no”, na frase, é OD.
III. Por fim, no sentido de “aparecer”, o verbo APONTAR é intransitivo. Assim ele foi usado na frase III, que está correta.
Logo, todas as frases estão corretas, e a resposta da questão é letra E!
RESPOSTA: letra E.
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FCC – emprego dos pronomes relativos

Olá, leitores do blog!

Para fechar a semana FCC com chave de ouro, segue abaixo uma questão da prova de Analista Judiciário – Área Administrativa do concurso do TRT11, que foi realizado em 2012! Está fresquinha!

Antes de prosseguir, porém, quero dar um aviso:

A partir da semana que vem, o esquema de atualização do Portal vai mudar: em vez de posts diários com 1 questão em cada, teremos dois posts semanais com duas ou três questões em cada. Isso tornará mais fácil o planejamento de vocês para visitar o site.

A postagem de questões comentadas ocorrerá sempre na terça ou na quinta. Nos outros dias da semana, poderá ou não haver postagens, que terão, se houver, um enfoque diferente (um resumo, uma curiosidade, um vídeo musical…).

Tudo dito, vamos, finalmente, enfrentar a questão:

Questão: Está correto o emprego da expressão sublinhada em:

A) Os dicionários são muito úteis, sobretudo para bem discriminarmos o sentido das palavras em cujas resida alguma ambiguidade.

B) O texto faz menção ao famoso caso das cotas, pelas quais muitos se contrapuseram por considerá-las discriminatórias.

C) Por ocasião da defesa de políticas afirmativas, com as quais tantos aderiram, instaurou-se um caloroso debate público.

D) Um dicionário pode oferecer muitas surpresas, dessas em que não conta quem vê cada palavra como a expressão de um único sentido.

E) Esclarece-nos o texto as acepções da palavra discriminação, pela qual se expressam ações inteiramente divergentes.

RESPOSTA: essa questão aborda o uso dos pronomes relativos. Trata-se de um tema muito simples, mas que pode causar confusão. Para usar bem um pronome relativo em uma frase, temos sempre que lembrar: o pronome relativo retoma um termo anterior; sempre que o termo consequente (posterior) exigir, teremos que usar preposição antes do pronome relativo. Vejamos como usar isso na hora H:

Letra A: o pronome relativo “cujo” só pode ser usado quando houver, na frase, uma ideia de posse. Basicamente, você vai tem que poder perguntar ao termo consequente “de quem?”. A resposta a essa pergunta será o termo antecedente, aquele que o pronome retoma. Se a resposta fizer sentido no contexto, deve usar o cujo.

Um exemplo: O homem cujas filhas foram suspensas da escola ficou decepcionado. Termo consequente: filhas. Pergunta-se a ele: de quem? A resposta será do homem. Logo, o termo antecedente, que é retomado pelo “cujas”, é “o homem”. Note que, apesar de retomar o antecedente, o pronome “cujo” deve concordar com o consequente em gênero e número!

No presente caso, perguntamos: resida de quem? A pergunta não faz sentido nenhum! Aqui, precisamos seguir o seguinte raciocínio: quem reside, reside em/no/na. Logo, a preposição “em” ou alguma de suas variações terá que aparecer antes do pronome relativo. Como o termo retomado é “palavras”, poderemos usar “que” ou “as quais”. Antecedidos da preposição mencionada, ficam assim: em que ou nas quais. (… discriminarmos o sentido das palavras em que/nas quais resida alguma ambiguidade.). ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra B: o pronome “as quais” retoma “quotas” e pode ser usado. O problema, aqui, reside na escolha da preposição inadequada. Quem se contrapõe, contrapõe-se A algo ou alguém. Logo, tiremos o “pelas” e troquemos pela preposição A: “… caso das quotas, a que/às quais muitos se contrapuseram…”. Atenção: como a preposição exigida é A, se usarmos o pronome relativo AS QUAIS, que já tem o artigo AS no início, deverá haver sinal indicativo de crase, pois A + AS = ÀS. ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra C: caso idêntico ao anterior. O problema também é a escolha da preposição. “Aderir” exige complementação introduzida pela preposição A: muitos aderiram às políticas afirmativas. Usando o pronome relativo:  “… políticas afirmativas, às quais muitos aderiram..”. ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra D: mais uma vez! No sentido em que foi usado, o verbo “contar” rege a preposição “com”. É como diria o Chapolin Colorado: “não contavam com minha astúcia!”. O certo, então, é dizer: “… oferece muitas surpresas, dessas com que não conta quem vê…”. Estaria correto, também, dizer “com as quais não conta”.  ALTERNATIVA INCORRETA.

Letra E: nem que fosse por eliminação, chegaríamos à resposta! O raciocínio deve ser o seguinte: ações inteiramente divergentes se expressam pela discriminação. Usando o pronome relativo, temos: “… palavra discriminação, pela qual se expressam ações…”. Foi utilizada, antes do pronome relativo, a preposição que o termo consequente a ele exige! ALTERNATIVA CORRETA!

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Predicação verbal + uso dos pronomes oblíquos!

Hoje é dia de enfrentar um tema muito comum nas provas da FCC (e que é cobrado por todas as bancas!): predicação verbal. Na verdade, a questão abaixo não exige somente que conheçamos a transitividade dos verbos, mas também que saibamos quais funções um pessoal oblíquo pode exercer. Faremos, para resolver a questão, uma revisão pequena dos pontos necessários para a empreitada, ou seja, não esgotaremos a matéria!

E de onde saiu a questão? Da prova da Coper – Companhia Pernambucana de Gás, que foi aplicada em 2011 (cargo: Analista Administrador).

A substituição do elemento grifado pelo pronome correspondente, com os necessários ajustes, foi realizada de modo INCORRETO em:

(A) manter o regime escravista = mantê-lo

(B) procurava extrapolar o sistema escravista = procurava extrapolá-lo

(C) 
restringiam o alistamento eleitoral = restringiam-no

(D) atuar na vida política = atuá-la

(E) estender as suas características = estendê-las

RESPOSTA: pessoas, o primeiro passo para resolver a questão de hoje é identificar a transitividade verbal. Se ficar na dúvida, pegue o Aurélio, o Houaiss ou um outro bom dicionário! Façamos isso com cada um dos verbos:

a) MANTER: é um VTD e, consequentemente, o seu complemento, “o regime escravista”, é OD.

b) EXTRAPOLAR: é um VTD. “O sistema escravista” é OD.

c) RESTRINGIR: é um VTD. “O alistamento eleitoral” é OD.

d) ATUAR: é um VI. “Na vida política” é um adjunto adverbial.

e) ESTENDER: é um VTD. “As suas características” é OD.

Conferida a transitividade dos verbos, temos que partir para a outra análise: os pronomes “o” e “a” (ou suas variações – no, na, nos, nas, lo, la, los, las) foram utilizados em todas as alternativas para substituir os termos grifados. A questão é: qual função sintática tais pronomes podem exercer? Uma brevíssima revisão, sem exemplos:

  • o/a, seus plurais e variações: podem exercer função de OD;
  • Lhe(s): pode exercer função de OI, adjunto adnominal e complemento nominal;
  • Me, te, se, nos, vos: podem exercer função de OD, OI, adjunto adnominal e complemento nominal.

Galera! Agora já sabemos que os pronomes o/a e variações somente exercem função de OD! Ficou fácil! Nas letras A, B, C e E, os termos sublinhados são objetos diretos, por isso podem ser substituídos por, respectivamente, LO, LO, NO e LAS.

A letra D, por sua vez, traz, grifado, um adjunto adverbial, que não admite a substituição proposta!

Então, gente, a RESPOSTA é a letra D!

A questão era bem fácil!

Prometo que se este post alcançar a marca de 15 comentários eu posto um resumão sobre a função sintática dos pronomes pessoais oblíquos! Vou ficar de olho!

Abraços e firmeza nos estudos!

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TRE/AM – Técnico – 2009

Olá, pessoal!

Hora de encarar mais uma questão da FCC! A de hoje veio da prova do TRE/AM, aplicada em 2009 (cargo: Técnico Administrativo).

Vamos lá:

A frase em que a grafia respeita totalmente o padrão culto escrito é:

 

a) À exceção dos que se abstiveram de opinar sobre a qualidade dos serviços, os participantes da pesquisa puderam usufruir gratuitamente de um dia de lazer no hotel.

 

b) A escursão prometida não ocorreu, pois o número de interessados foi excessivo; mas até isso colaborou para o explendor da viagem, pois o desconto oferecido surpreendeu.

 

c) Casualmente encontraram-se no saguão; ela parecia advinhar o que ele tinha a lhe dizer, por isso não lhe deu oportunidade de ser posta em cheque.

 

d) Considerou ultrage o comentário adivindo o seu sucessor, mas, para preservar-se, abdicou de dar-lhe resposta à altura.

 

e) Com a dispensa abarrotada de produtos nobres, não exitou um minuto ao negar um jantar aos participantes do programa de inclusão social.

 

RESPOSTA: nada de ler a resposta antes de tentar fazer a questão, hein?

Letra A: não há nada errado aqui! A alternativa traz a forma verbal “abstiveram-se”, que pode confundir um candidato menos preparado. Todavia, basta saber que este verbo é derivado do verbo “ter” que o risco de errar vai embora! Basta conjugarmos o “ter” e emendarmos o prefixo nele: eles tiveram à eles se abstiveram. E o “lazer” com Z? Ele significa diversão, distração, tempo disponível para ócio, e está corretamente empregado no período! Se fosse “laser”, teríamos um erro. O “laser” com S é o anglicismo (palavra da língua inglesa que entrou na língua portuguesa sem ser “aportuguesada”), aquele que é um feixe de luz.

Letra B: começou mal! ESCURSÃO não existe _ a palavra é EXCURSÃO, com X. E temos mais um erro, dessa vez pela razão contrária: ESPLENDOR (brilho intenso) é com S, e não com X.

Letra C: adivinhe só: o verbo ADIVINHAR não tem D mudo. Ele é grafado com a letra “i”; a palavra CHEQUE existe, mas só quando alguém assina aquela ordem de pagamento à vista. Quando uma pessoa é colocada em situação difícil, dizemos que ela está em XEQUE, igualzinho àquele do xadrez, o “xeque-mate”.

Letra D: ULTRAJE (injúria grave) é com J, e não com G. E o verbo ADVIR, ao contrário do adivinhar, é com D mudo. Logo, o comentário é advindo, e não “adivindo”.

Letra E: a palavra “dispensa” até existe, mas vem do verbo “dispensar”, e indica que alguém foi liberado de alguma incumbência. O lugar em que guardamos alimentos nobres é a DESPENSA, com E! E o verbo ali tem que ser HESITAR (demonstrar dúvida, ter receio ou falta de segurança). “Exitar”, relacionado à palavra “êxito”, significa ter sucesso.

A RESPOSTA, então, é a letra A! Facinha, facinha, né?

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Tempos e modos verbais – questão comentada – FCC

A FCC gosta muito dos verbos! Costuma cobrar em suas questões muitos temas relacionados a eles: voz, transitividade, correlação entre tempos e modos, mudança do discurso direto para o indireto…

Como o concurso do INSS está batendo à nossa porta, dedicaremos esta semana à resolução de questões da FCC, e o tema do dia é justamente o verbo!

Vamos dar uma olhada na questão abaixo, saída da prova do TRT do Tocantis (cargo: Analista Judiciário – Área Administrativa; ano: 2011).

Minha outra mulher teve uma educação rigorosa, mas mesmo assim mamãe nunca entendeu por que eu escolhera justamente aquela, entre tantas meninas de uma família distinta.

O verbo grifado na frase acima pode ser substituído, sem que se altere o sentido e a correção originais, e o modo verbal, por:

(A)  escolheria.

(B)  havia escolhido.

(C)  houvera escolhido.

(D)  escolhesse.

(E)  teria escolhido.

RESPOSTA:

Antes de analisar as alternativas, precisamos identificar as características do verbo sublinhado no trecho a que se refere a questão.

O verbo escolhera encontra-se no modo indicativo e está no pretérito mais-que-perfeito simples, aquele tempo que usamos para denotar uma ação passada anterior a outra ação também passada. Vejamos:

Chegou tarde ao trabalho porque dormira até às dez da manhã.

Chegou tarde indica uma ação concluída no passado, mas que foi posterior à indicada pelo verbo dormira, ou seja, antes de chegar tarde ao trabalho, o sujeito dormiu até às dez horas da manhã. Podemos esquematizar assim:

PASSADO REMOTO  >  PASSADO PRÓXIMO  >  PRESENTE

dormira                                    chegou

Agora que já identificamos tempo e modo verbais do termo que nos serve de paradigma, precisamos encontrar, entre as alternativas, aquele que possa substituí-lo sem alterar o sentido e a correção gramatical. Explicando: no trecho citado na questão, a ação de escolher é anterior à ação entender, ainda que ambas estejam no passado. Precisamos escolher a alternativa que mantenha essa noção.

Para acertar esta questão, temos que saber: quando nós juntamos TER ou HAVER no pretérito imperfeito (tinha ou havia) a um verbo no particípio, obtemos o chamado pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. Logo, havia escolhido (ou tinha escolhido) equivale a escolhera. A única diferença é que um tempo é simples (só um verbo) e o outro é composto (ver auxiliar + principal).

A RESPOSTA, então, é a letra B.

Atenção para esse tipo de questão! A FCC cobra isso com muita frequência!

Abraços!

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Primeiro post do blog: questão comentada FCC!

Primeiro post do blog!

Para iniciar minha vida de blogueiro em grande estilo, trago a vocês uma questão comentada da FCC (muito útil, já que o concurso do INSS, que está chegando, está sob a responsabilidade dessa banca!). Olha ela aí, vinda diretamente da prova de Analista Judiciário – Área Administrativa do TRT 24!

Transpondo-se para a voz passiva a frase Hoje a autoria institucional enfrenta séria concorrência dos autores anônimos, obter-se-á a seguinte forma verbal:

(A) são enfrentados.

(B) tem enfrentado.

(C) tem sido enfrentada.

(D) têm sido enfrentados.

(E) é enfrentada.

RESPOSTA: a transposição da voz verbal é tarefa mais fácil do que parece! Basta que fiquemos atentos a alguns detalhes _ assim acertaremos sem dúvidas!

Em primeiro lugar, devemos identificar qual é o objeto direto do verbo que está na voz ativa (lembrem-se de que somente VTD e VTDI aceitam voz passiva). O OD do verbo ativo será transformado em sujeito paciente do verbo passivo.

Hoje a autoria institucional enfrenta séria concorrência dos autores anônimos — o termo em negrito, que é o OD, passará a ser o sujeito do verbo. Logo, quando transpusermos a frase para a voz passiva, a concordância do verbo deverá observar o seu NOVO SUJEITO.

Como não há um “se” em nenhuma das alternativas, sabemos que estamos trabalhando com a voz passiva analítica (que sempre tem um verbo a mais do que a voz ativa ou do que a voz passiva sintética). Temos de fazer o seguinte:

* Passamos o verbo original para o particípio, concordando com o novo sujeito (enfrenta –> enfrentada);

* Depois, acrescentamos um verbo auxiliar (que, no geral, é o SER, mas pode ser ESTAR, IR, VIR, ANDAR, FICAR) no mesmo tempo e no mesmo modo que o verbo da voz ativa, mas concordando em pessoa com o novo sujeito (enfrenta – presente do indicativo; SER, no presente do indicativo e na 3a pessoa do singular –> É);

* Já temos a nova forma verbal: é enfrentada;

* Se quisermos fazer a transposição completa, transformaremos o antigo sujeito no agente da passiva, fazendo-o ser introduzido por uma preposição (de ou por/pelo): pela autoria institucional (atenção: o agente da passiva não é termo obrigatório. Quando o sujeito do verbo na voz ativa for indeterminado, não será possível indicar o agente da passiva, já que quem pratica a ação é alguém indeterminado!);

* A frase transposta ficaria assim: Hoje séria concorrência dos autores anônimos é enfrentada pela autoria institucional.

Logo, a alternativa correta é a LETRA E.

Espero que tenham entendido a explicação!

Abraços!!!

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