Olá, aluno!
Temos um site novinho para você, com questões comentadas, materiais para download, simulados e muitas dicas!
Aguardo você lá: http://www.professorjoaopaulovalle.com.br
Abraços!
Olá, aluno!
Temos um site novinho para você, com questões comentadas, materiais para download, simulados e muitas dicas!
Aguardo você lá: http://www.professorjoaopaulovalle.com.br
Abraços!
Sem entrar nos pormenores do Acordo Ortográfico de 1990 (cujas regras passarão a ser obrigatórias a partir de 1o de janeiro de 2013), digo apenas isto: perdeu-se uma ótima oportunidade de simplificar o uso do hífen.
O emprego desse pequeno tracinho sempre causou muita confusão. Veio a nova reforma e nada mudou, pois ainda estão lá as inúmeras regras e suas várias exceções, prontas para tornar o dia a dia (ou seria dia-a-dia?) dos professores uma bagunça só!
Foi justamente esta palavrinha _ dia a dia, assim mesmo, sem hífen _ que iniciou a conversa que me inspirou a escrever este post. Durante uma aula, foi mencionada a tão temida reforma da ortografia, o que motivou um aluno a fazer a seguinte pergunta:
__ Professor, dia a dia tem hífen?
Com base na nova regra, que diz que substantivos compostos cujas palavras sejam unidas por preposição não apresentam hífen, eu respondi que não. Não só dia a dia passou a ser escrito sem hífen, mas também mula sem cabeça, pé de moleque, mão de vaca…
Nesse momento, outro aluno me interrompeu e disse que, com certeza absoluta, tinha visto esta última palavra escrita com hífen, assim: mão-de-vaca. Dei, por alguns instantes, uma vasculhada na minha memória, pensando nas regrinhas:
Não se usa o hífen em compostos que apresentam elementos de ligação, como preposições, como dia a dia, ponto e vírgula, camisa de força, cara de pau.
Há algumas exceções à regra anterior, tendo o hífen sido mantido por já estar consagrado pelo uso: cor-de-rosa, pé-de-meia (no sentido de economias), arco-da-velha…
Continuam sendo grafados com hífen os compostos que apresentem elemento de ligação, mas que indiquem espécies de animais ou vegetais: cravo-da-índia, bem-te-vi, bico-de-papagaio (planta – “bico de papagaio” com sentido de formação óssea não tem hífen)…
Sem conseguir uma resposta satisfatória, prometi um retorno rápido. Cheguei em casa e constatei: eu estava certo… e o aluno também! Assim como ocorre com outras palavras, o conjunto formado por mão+de+vaca pode ter significados distintos.
Pode fazer referência à pata dianteira da vaca, e aí não tem e nunca teve hífen; pode designar a pessoa sovina, tendo, nesse caso, perdido o hífen com a reforma; pode ser, também, uma espécie de árvore (cuja existência eu desconhecia), situação em que será grafado assim: mão-de-vaca.
Qual a conclusão?
Agora, além de sabermos quais são as regras do uso do hífen, temos que nos informar sobre a zoologia e a botânica! Só assim teremos segurança para escrever algumas palavras, como as abaixo:
Boca de lobo (bueiro); Boca-de-lobo (planta)
Mão de vaca (sovina); Mão-de-vaca (árvore)
Bico de papagaio (formação óssea); Bico-de-papagaio (planta ornamental)
Pão de ló (comida); Pão-de-ló (planta)
Olho de boi (selo postal); Olho-de-boi (espécie de peixe)
O jeito é andar com o vocabulário ortográfico da ABL (o Volp) debaixo do braço! Para quem tiver dúvida sobre a grafia das palavras, inclusive, sugiro a consulta ao site da Academia Brasileira de Letras. O link é o seguinte:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23
Assim esse hífen mata a gente!